sábado, 12 de julho de 2008

Where the streets have no name

Hoje passei o dia perdida. Logo após a aula fui resolver uma das partes burocráticas da minha estadia aqui: abrir uma conta em um determinado banco. Já vi o tal do banco em diversos lugares aqui em Dublin, mas não, tinha que ser na agência indicada pela escola e então lá fui eu sabe-se lá para onde. Tinha as cordenadas traçadas em meu mapa por uma caneta grife pela Ann, a tiazinha pau-para-toda-obra da escola, e o sábio conselho de perguntar a alguém sobre o Dublin College (universidade em frente ao banco) caso eu me perdesse. Analisei o caminho todo, calculei uns 20 minutos e parti. Duas horas depois e eu ainda caminhava pelas ruas. Ok, sei que tinha um mapa em mãos, mas as ruas aqui não são sabiamente nomeadas. Quando v. pensa que está caminhando em determinado lugar, esse lugar já mudou de nome e v. não viu isso em nenhum lugar e pq? Pq não há placas! Ou melhor, há! Só que elas aparecem muito tempo depois. E claro, poderia ter perguntado a alguém ao invés de ficar ridiculamente andando, mas simplesmente não há esse alguém! Acho que o bairro é tão residencial, mas tão residencial que as pessoas só ficam nas residências. Quando já inciava minhas preces indicadas pelo Theo, eis que surgiram dois pequenos seres alvos e ruivos tomando sorvete (?). Tinham no máximo 12 anos. Eram meu oásis. Confesso que me senti rídicula. Um deles foi me mostrar onde eu estava no mapa e para onde deveria ir, e eu já não estava mais no mapa. Havia andado tão mais para o lado que eu não tinha esse pedaço. Depois de algumas explicações e lá fui eu de novo. Uns 5 minutos depois e quem eu vejo? Os mesmos dois garotos, ou seja, errado de novo. Aliás, aqui v. pode andar em círculos por horas sem perceber, as casas são todas iguais. Acho que sensibilizados, eles resolveram me acompanhar até metade do caminho. Quando eu só tinha que andar em frente talvez por uns 10-15 min, começou a chover em grande quantidade, porque aqui nunca chove forte. A precisa rota que a Ann fez para mim com caneta grife foi por água abaixo (excelente trocadilho e super-aplicável no momento), ainda bem que os garotos já tinham me colocado no meu caminho. Foi a pior chuva que vi desde que cheguei. E o guarda-chuva não funciona para todos os tipos de chuva que aqui existem. Ou seja, uma faixa do meu corpo ficou realmente ensopada. Minutos depois, iniciou-se um vento forte. Fiquei seca. Finalmente cheguei no banco, abri minha conta e quando sai estava sol! Vai entender. Ok, retomemos a história, mas antes uma pequena obsevação. Eles não têm portas giratórias nos bancos (uhu)! V. aperta um botão e fica como se fosse num pequeno hall esperando o outro sinal de "ir em frente". Durante esse tempo sabe-se lá o que acontece, mas eles ficam sabendo se v. pode ou não entrar, e se puder é só ir em frente. Enfim, retomando...

Depois de ser atendida e fugir de alguns brasileiros no banco, peguei meu super-útil-mapa, tracei a rota com o dobro de atenção e prometi a mim mesma não me perder. Minhas pernas agradeciam por isso. Estava tudo indo muito bem quando eis que surge uma bifurcação e adivinhem? Sem nomes nas ruas que se seguiam! Obviamente peguei a direção errada. A parte boa é que toda vez que v. olha para um mapa aqui e faz cara de pensamento (?) alguém para perguntar se v. precisa de ajuda. Achei isso tão bonito. Inclusive havia um cara andando de bicicleta que parou e esperou por mim para saber se estava tudo ok. Por causa dele, achei o caminho de volta de casa. =)


Criatividade irlandesa. Talvez por isso eles só comam batatas.


Fiquei conversando com a Susan e com o Peter por um tempo e depois, como se não houvesse andando ainda o suficiente, fui ao supermercado. Comprei cookies (deliciosamente bons e baratos) e irish apples (eu não sei o que isso exatamente siginifica, mas eram as mais baratas). Aliás, falando nisso, hoje não encontrei o Mango na escola. Estranho, porque normalmente ele vai atrás de mim. É engraçado. Acho que eles devem andar em bandos na Córeia. Aliás, fiz uma coisa terrível hoje. Resolvi levar os asiáticos para a tal da brazilian party e no fim, apenas a Borat manteve o plano inicial. Combinei com ela de se encontrar numa das estações do Luas e eu perdi a noção do tempo. Na verdade aroveitei que a Hiromi estava comunicativa (???) e fiquei conversando com ela. Cheguei um pouco depois e não encontrei Borat. Fiquei realmente preocupada, ainda mais se eles realmente andarem em bandos. Resolvi então ir a um pub. Obviamente chegar até a um deles não parece díficil se v. estiver na Irlanda, mas se eu estiver indicando 0 caminho provavelmente isso aconteça. Não sei porque isso acontece. Eu que já me arrastava pelas ruas, andei mais. No final das minhas forças, achei o Temple Bar e decidi que a partir de agora se eu quiser ir para um direção, certamente irei para o lado oposto.

P.S. - Postado com alguns dias de atraso (fato ocorrido quinta-passada, 10/7). Ok, sei que devo postar logo quando acabo de escrever, mas as vezes falta um pedacinho. Já já escrevo sobre o Temple Bar.
beijos mapeados,
Ellen

5 comentários:

  1. haha! lesada!=P

    sorvetes? gente estranha.

    e essa coisa ai de se perder pela irlanda não te lembra de um filme não? este pode ser o graaande e verdadeiro caminho, rs..

    bjos esperançosos

    e ah.zezolino nunca mais consegue ser o primeiro a postar, ho-ho-ho.

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  2. ah. lindooo e geniaaaal nome de post!=)

    (acho q devo estar sentindo falta da PC pra fazer tais típicos comments de PC..=))

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  3. au bi beq...

    Eu queria ser um mosquito pra ver vc q nem barata tonta... hahahah

    Vc perdeu a maioria dos seus asiáticos... isso não se faz...

    Bad Ellen!!!

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  4. Foi bem a la PC mesmo...
    Thato, tks!Estou me esforçando!
    E filme, que filme? Me sinto lesada por não saber qual..
    beijo

    E Zezo, não os perdi. Eles sempre voltam.

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  5. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
    AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Ellen, sua leseira me diverte!
    COMO ASSIM QUE FILME, CRIATURA???

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