segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

qu'est-ce que c'est?

Pelo pouco que ainda sei, o francês me parece uma língua muito rococó...muito rebuscamento pra dizer pouco. Comecei minhas classes há uns 10 dias atrás. Agora já sei quem eu sou, o que faço e onde moro...tudo isso em francês! Aliás, já sei até pedir por um sanduiche ainda que seja um simples com rúcula, queijo e presunto parma.

Agora a minha frase favorita é Qu'est-ce que c'est?. Leia-se como quês que cê e que simplesmente significa o que é isso?. Ainda não a posso utilizá-la a exaustão, pois meu vocabulário para a resposta é um pouco limitado. É como chegar em algum lugar, olhar para uma mesa e perguntar "Qu'est-ce que c'est?". A resposta seria mais ou menos "une burreau, sua trouxa". Ainda não sei dizer trouxa em francês também. Só sei que vou me divertindo e um dia chego lá, com biquinho e tudo mais.

un bisou quase bicudinho,
Ellen

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

e o que é que a Bélgica tem?

Digo, Bruxelas. O resto da Bélgica eu ainda não conheço.
Tive minha primeira impressão, mas ainda não pude fazer muitas conclusões. É aquela coisa de não ser turista, mas também não me considerar um super morada imersa na cultura local. Questão de tempo.

Aqui todo mundo fala francês, mas por ser a capital do país é oficialmente bilíngue. O francês e o holandês. Bruxelles em francês. Brussel em holandês. Daí em inglês é Brussels. Eu sempre me confundo toda e acabo chamando de Bruxells.

É terra de cerveja, dos Smurfs e do TinTin do átomo gigante e do menino-anão que faz xixi constantemente - o que não é necessariamente uma coisa de se orgulhar, mas eles se orgulham. Esse é o espiríto.

Aqui se come chocolate, wafle e mexilhões com batata frita - o tal do Moules Frites. Aliás, eles alegam que inventaram a batata frita! Verdade ou não, acredito que eles a consumam mais do que um irlandês.   Diferente de Dublin, eles tem fogão a gás, dia do lixeiro, caqui (!!!), horário pra sair o pão fresquinho e feiras de rua, ainda que sem pastel.

Aqui é a sede da União Européia, tem a Otan, o Parlamento europeu e um rei. A Audrey Hepburn e o Jean Claude van Damme também saíram daqui.

Tudo é mais lento e burocrático, e as pessoas mais mal humoradas e mal educadas. O serviço é ruim. As gorjetas em restaurantes não são comuns.

O transporte público funciona. Tem metrô, bonde, ônibus e bicicleta de aluguel. Aqui se bebe champagne. Se come muito bem. Toma-se café em cada esquina. Aliás, em cada esquina há uma praça charmosa, mas a principal está no centro - a Grand Place ou Grote Market (para deixar as duas línguas felizes). Os carros param se você ameaçar atravessar a rua, o que sempre dá medo. Aqui chove muito, venta muito e faz frio.

Eu virei mademoiselle e voilà virou minha expressão favorita.

parte da Grand Place ainda em trajes natalinos

Atomium

por 8 euricos sobe-se até uma das bolas para se ter uma vista super bacaninha para toda cidade

o pôr-do-sol na saída de lá
o Manneken Pis numa versão gigante de chocolate falso e comedora de waffles. A versão real é pouca coisa menor que a cabeça desse.
Arc du du Cinquantenaire  (que é quase uma releitura do Brandenburg Gate em Berlin)


A verdade é que ainda não tirei muitas fotos daqui, e as fotos a seguir não ilustram nada…eu só gosto delas e quero compartilhar.



essa é uma rua perto de casa que está no meu caminho do dia-a-dia e me encantava quando estava coberta de neve

essa é a pracinha em frente ao ponto de ônibus que eu uso


esse é um parque chamado Bois de la Cambre. É enorme e bonito. No verão é possível alugar esse barquinho aí da foto para dar uma volta no lago. Já no inverno há uma espécie de mini balsa que atravessa de uma margem a outra, te levando até aquele chalé ali de trás que é um café/restaurante


o parque

no lago

na ponte de pedra

Logo mais eu volto para ilustrar o resto.
bisous,
Ellen


PS. Lembram do boneco Manequinho? Aquele menino de cara dócil que fazia xixi toda vez que levava uns apertões nas costas?Pois então, acho que ele é uma releitura quase que em tamanho real da versão belga.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ontem...

...assistindo ao O ano em que meus pais saíram de férias....

- Ellen, como você diz grandfather em português?
- Avô
- Avô?
- Isso...
- Ava para grandmother?
- ohhhhhhhh
- O que?!
- Não...é avó.
- Mas não tem nenhuma diferença no que vocês está dizendo.
- Avô e avó
- É mesma coisa.
- É totalmente diferente. Um é ô e o outro é ó.
- É a mesmas coisa. E pra onde vai essa coisa de colocar o A quando é feminino?
- Nesse caso não se aplica.
- Não faz sentido. Se precisar eu vou usar abuela, tá?

E falando assim, pode até falar em espanhol que eu não acho ruim....

beijos entretidos,
Ellen


ps - e se você não assistiu ao O ano em que meus pais saíram de férias, assista. Tinha gostado há 5 anos atrás e gostei de novo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

começando de novo...

E seguindo ao pé da letra sobre o que dizem por aí...ano novo, vida nova.

Ontem eu deixei Dublin para trás. Assim do nada e antes do que eu esperava. Foram quase que exatos 2 anos e meio, que se completariam amanhã no dia 7. Obviamente, fácil não foi. Porém, tenho outras coisas em mente. Sempre quis fazer uma festa grande e chamar todo mundo para quando eu finalmente fosse dar meu tchau, mas não. Tive dias tranquilos, apenas conversando com aqueles que eu via praticamente todos os dias e que são os mesmos de quem sentirei falta. Obviamente, também fui tomar uma Guinness, mas sem grandes badalações. E pra você que nunca acreditava que um dia eu ia sair de lá, saí e saí a francesa. 

A verdade é que resolvi passar uma temporada abroad do abroad antes de voltar pra casa Estou de temporada nova e temporária na Bélgica, especificamente Bruxelas.

De um jeito simplificado posso dizer que nesses 2 anos e meio...

... não completei as minha to do list
... não fui pra lugares básicos da Irlanda como Cork, Sligo e Donegal
... fui pra outros lugares menos explorados e não menos interessantes
... saí da ilha para visitar16 países
... fui pro Brasil 2 vezes
... conheci filipinos, mauricios, jamaicanos, lituanios, eslovenos, eslovacos e até mesmos amapenses
... dei muitos tchaus
... aliás, agora sei falar tchau em 8 línguas diferentes
... também sei brindar em outras 10
... morei em 5 endereços diferentes
... morei com as mesmas 3 pessoas por quase 2 anos
... aprendi espanhol
... estava ali no primeiro Arthur´s Day
... fui estagiária no segundo Arthur´s Day
... vi patos de cabeça verde
... me acostumei a ver gansos andando livremente pelas ruas ao lado do Grand Canal
... aprendi que é tudo bem ir a praia de tênis (e não tirá-lo)
... fui num casamento irlandês
... aprendi a levar minhas próprias sacolas para o supermercado
... me graduei
... passei a achar natural beber água da torneira
... me fantasiei no Halloween
... me fantasiei outras inúmeras vezes
... descobri que gosto de me fantasiar
... vi arco-íris
... tomei muita chuva
... comecei a dar valor para o sol
... passei a entender um irlandês falando (ainda que nem sempre)
... descobri que jogar golfe pode ser legal
... participei de dois Paddy´s Day
... bebi cerveja verde no Paddy´s Day
... e tive minha luck of the Irish no mesmo dia (no sentido mais literal e menos dramático da expressão)

2 anos que deixarão saudades, mas são 2 novos meses que espero também deixar saudades. E uma das melhores coisas que me aconteceu lá, eu ainda o tenho aqui.

Um bom ano a todos!

beijinhos renovados,
Ellen

ps. ironica e coincidentemente, o primeiro lugar que eu coloquei meus pézinhos a primeira vez que saí do Brasil foi em Bruxelas. Isso há 15 anos atrás.