quinta-feira, 25 de junho de 2009

vivendo e aprendendo

Nos últimos tempos não estava lá muito assídua a minha aula de inglês. Basicamente dois motivos: dedicação ao outro curso (que acabou há umas duas semanas) e a sensação de ter empacado. Sim, chega uma hora que parece que você não vai nem para frente e nem para trás. Conclusão, entrei numa fase autodidata-social. Sim, um livro para dúvidas gramaticais e novos vocábulos, e um novo-e-já-não-mais-melhor-amigo-nativo para conversas e um inglês menos coxinha e mais interessante. Só sei que depois dessa fase academicamente arisca, resolvi voltar à ativa (afinal, já está tudo pago) e confesso que está sendo um processo doloroso. Já não estudo mais na mesma escola do ano passado com meus amigos coreanos. Aliás, algo que vale a pena comentar é que todos já se foram, o que não quer dizer que eu tenha me livrado desse meu lado amarelo. Na minha nova escola há vários deles também. Como em todo mundo, acredito. E com uma variação a mais, os chineses. Fisicamente ainda tenho dificuldade em diferencia-los. Pelo menos quando estão em silêncio, pois estou chegando a conclusão de que os chineses são muito mais espalhafatosos do que os coreanos, e muito mais quando comparados à raça zen dos japoneses. Se alguém já foi a algum restaurante tipicamente chinês, sabe do que estou falando e na vida real não muda muito. Socialmente eles têm uma vida estranha, pelo menos aqui. Trabalham, trabalham e trabalham. Ou seja, dinheiro, dinheiro e dinheiro. A maioria só vai as aulas de inglês por causa do visto. Enfim, ema ema ema. Eles são bem barulhentos e aparentemente tem a cabeça maior e um pouco mais chata. Bom, mas até aí não sou nenhuma expert no assunto. Eles são uma espécie de italianos do Oriente. E quando algum deles não tem o dom para falar inglês, esquece. Impossível entender. É como se estivesse ouvindo um vinil de trás para frente, como as músicas versão-do-mal do Raul Seixas. Claro que não dá para generalizar. Na minha sala há um chinês com pinta de coreano. Não consegui guardar ainda o nome dele. Só sei que ele é bem bonzinho. Tem a cabeça mais oval do que redonda, é sempre super educado, fala dentro do limite aceitável de decibéis, sabe se comportar e tem um inglês super compreensível. Ponto para ele. E acredito que ele não saiba, mas já o considero meu melhor amigo dentro daquela sala. Agora só preciso conversar mais com ele. Dos demais, digo, da imensa maioria, eu quero é distância. Sei que isso soa super preconceituoso e que se eu tivesse a menor decência, jamais abriria meu coração publicamente em relação a isso. A questão é que meu limite de irritabilidade nesses casos é baixo, fazendo minha pessoa ignorar essa tal de coisas politicamente corretas. Ou seja, recomendo a pessoas ultramente sensíveis que parem de ler por aqui. Um beijo-tchau.

Resumindo, somos uma classe em sua maioria de chinos, coreanos, brasileiros e duas maurícias (sim, há vida nas Ilhas Maurício). Quanta gente desinteressante! Ninguém sabe nada sobre assunto nenhum. E nisso inclui coisas de seu próprio país, e não digo a história detalhada, mas coisinhas bestas que poderiam animar um pouco nossas aulas. Ok, os asiáticos têm lá suas loucuras culturais, mas tenho um amor fraternal por eles. Normalmente fico horrorizada, emputecida ou o que for por 5 segundos e depois passa. Aliás, acho que já comentei isso antes, mas na Coréia do Sul, eles passam 14h por dia na escola (!!!) e os meninos no final de sua puberdade são reclusos no exército por 2 anos (!!!). Considerando a disciplina asiática, presume-se que deveriam ser todos no mínimo gênios, além de possuir um ultra conhecimento em técnicas de guerrilha e sobrevivência. Só que não. Ainda não conheci um coreano que fosse capaz de dizer onde o Brasil está num mapa mundi antes de ter conhecido um brasileiro. Sim, choca. Não que sejamos uma super potência mundial da qual todos deveriam saber inúmeros detalhes. Só que não dá pra dizer que passamos desapercebidos ao olho nu num mapa. Das 14h diárias, doze eles devem aprender a fazer dobraduras e chips. Sei lá. Para não levar para o lado pessoal, os considero da turma do café com leite. As maurícias parecem ser ok. Fisicamente elas são parecidas com os indianos. E também adoram um adorno.Uma, eu conheci apenas ontem, e a outra só vi uma vez, mas acho que ela não gosta de mim. Outro dia, estávamos a falar de tecnologia e de invenções que mudaram a vida de uma pessoa. Eu particularmente adoro máquinas de lavar roupa e kettles (uma chaleirinha elétrica que ferve a água em menos de 5min. Algo usado à exaustão por aqui e agora por mim também). Enfim, comentários perdedores à parte. Tanta coisa a ser dita, e o ser humano em questão disse que o celular é a melhor coisa que poderiam ter inventado. Democrática que sou, respeitei sem relutar. Cinco minutos depois, falávamos do microondas e ela então iniciou um discurso chato sobre radiação e blábláblá. Finalizou dizendo que era completamente contra e que não usava por medo. Eu entediada com aquilo tudo, resolvi apavorá-la e revelei que muitos dizem que os celulares também emitem radiações e com um agravante, diretamente para a cabeça. Ok, essa parte eu não sei se procede, mas ela ficou meio em pânico e sem reação. Deve ter ficado incomunicável para a família. Já os meus-seus-nossos conterrâneos cada vez mais me deixam boquiaberta. Sei que fritarei no mármore depois de tal comentário, mas não sei como muito deles conseguem atravessar o oceano. Jesuzinho! Uma vez encontrei no ônibus um menino que era moleque de rua no Brasil e veio para cá com o dinheiro dos vizinhos para tentar dar uma vida melhor para os pais. Super fico sensibilizada com histórias assim. Até choro. Só que não são de dramas que falo. São pessoas estranhas mesmo. Tipo, a Valdivânia que é cabeleireira no Piauí, tem 42 anos , a procura-desesperada por um marido e veio para Dublin. Coisas desse tipo. Ok, cada um faz o que bem entender da vida. Só não avacalha. Essas Valdivânias da vida são um perigo. São daquelas que colocam botas altíssimas para desfilar nos paralelepípedos de Dublin, usam brincos gigantes de miçangas e vestem casacos super-ultra-peludos só para ficarem chique na Europa(?!). E não preciso dizer que nada acrescentam também. Ou melhor, envergonham um pouco até. Devo estar num processo de elevação espiritual, de aprendizado, de socialização. Não posso estar passando por isso tudo à toa. Ok, não são todos assim, mas a maioria. Durante a aula, sempre interrompem para fazer algum comentário do gênero infeliz. Nunca me esqueço do dia em que tivemos que levar receitas de alguma comida típica de nosso país. Uma das Valdivânias da vida, que já não se encontra mais na minha sala, levou do Passion Mousse. Para os iniciantes, o Mousse da Paixão (?). Devo ser uma pessoa amargurada e sem amor algum, pois se não estou enganada, creio que nunca comi isso nos meus poucos anos de existência e de morada no Brasil. E também acredito que seria incapaz de faze-lo já que no final o segredo era a tal da pitada de amor (?). Eu queria me afundar no chão por ela. E na tal da aula em que discutíamos sobre as invenções tecnológicas, meu professor nos colocou em grupos para inventar algum produto que gostaríamos que existisse. Qualquer coisa. Digo que meu professor escolheu os grupos, ainda que por questões logísticas, pois eu preferiria ter cruzado a sala e ido para algum canto mais misto ao menos. Sim, estava eu com mais dois brasileiros. Uma menina e um homem-menina. E lembram das kettles que tanto gosto? A poia sugeriu que fizéssemos uma, só que para esfriar a água. Como assim cara pálida? A não ser que você seja de algum lugar onde é necessário buscar água no açude, já deve ter se deparado com aquele bebedouro de galão com duas torneirinhas: água gelada e normal. E diga-se de passagem, estampadas com meu nome e com minhas iniciais. Ok. É só apertar e lá está sua água gelada sem precisar colocar na geladeira antes de passar pela torneira. Expliquei, dei exemplos e até comentei que ela deveria visitar um desses bebedouros que há a menos de 50m da nossa sala. Ainda assim ela não pareceu muito convencida. Eu ignorei. Se quiser que use a serpentina de um barril de chope. Como se um não fosse suficiente, discutíamos entre nós sobre teletransportes e essas baboseiras quando o homem-flor sugeriu uma tipo de teletrasnporte que mandasse namorados e irmãos mais novos para o espaço. Hã?! É tudo bem se você acabou de entrar na adolescência, mas aqui estamos falando de um homem no auge de seus já-pra-lá-dos-35 anos. Não é à toa que dizem que os gays são mais sensíveis. Ou eu realmente devo ser desprovida de sentimentos. E não preciso dizer que ele não teve o menor pudor e repetiu isso para toda a sala depois, e o pior, como se tivesse sido nossa idéia. Um buraco no chão dessa vez não teria sido suficiente. Eu inventando máquinas para mandar ex-namorados para o espaço? Tenho uma dor física só de lembrar. Vexaminoso. E para encerrar a semana, estávamos em dupla fazendo um exercício. Sim, cada vez mais eu odeio atividades interativas. E mais uma vez, não escolhi meu par. Estava torcendo para cair com o chinês-coreano que estava ao meu lado, mas não. Meu professor mais uma vez acertou em cheio ao me colocar com uma louca que estava atrás de mim. Dessa eu tenho medo. Brasileira também. Dos 30min que ficamos lado a lado não trocamos nem uma palavra. Juro. Bom, pelo menos não entre nós. Eu disse hello e ela não respondeu. Eu perguntei se ela concordava com minhas respostas, e ela não respondeu. Internamente fiquei aliviada por não ter que tentar conversar com ela de novo. Afinal, eu tinha tentado, ela não respondeu, ótimo. Esforço a menos. E eu tinha certeza de minhas respostas, ela não me faria mudar. Digo e repito, cada vez gosto ainda menos dessas coisas interativas. Enfim, só sei que a louca deve ser medicinalmente louca. Ela ficou os 30min copiando (idiotamente) todo o exercício, e ao final de cada frase copiada ela voltava ao início e reforçava com a caneta somente algumas letras (!). Daí fungava, gemia e cantava sozinha (!!!). Até meu professor notou e não tentou mais forçar a interatividade entre eu e ela. Eu estava petrificada na minha cadeirinha. Pedi perdão por todos as coisas erradas que tinha feito na minha vida até então. Estava convicta que uma hora ou outra ela iria me perfurar com aquela caneta. Ainda bem que estávamos em público. Nunca mais. Se antes eu queria sentar perto do chinês-coreano, agora eu só quero é sentar longe dela. Doida de dar medo.

Só sei que antes eu tinha dois motivos para não ir, agora eu tenho vários. Porém, vou continuar a ir. Vai que é minha missão na Terra! =)

Beijos atordoados,
Ellen

P.S. Obrigada a Pam que publicou esse texto! Continuo com a internet de lan house, ou seja, horas limitadas para tentar resolver problemas de HTML. =)

terça-feira, 23 de junho de 2009

a place to go

Olha so que achei por ai....




Sim, Ellen Street e ainda com traducao para o gaelico. E digo mais, logo ao lado da avenida principal da cidade! =)

Ah, e a cidade era Limerick. Fui ha uns dois finais de semana atras quando fui para Galway (la do outro lado do pais) para festejar e ver a Volvo Ocean Race (que o Torben Gael ganhou). Na volta, passamos por la. Tem o maior rio da Irlanda. Nao duvido. Embora a nocao de grande aqui seja diferente da nossa.

beijos emocionadissimos,
Ellen

P.S. Depois dou mais detalhes, estou sem internet em casa.
P.S2 Por estar sem internet, estou numa lan house e por isso, me encontro momentaneamente desprovida de acentos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

...

Algumas semanas atrás estava tentando convencer meus pais a pegarem um voo da Air France para virem para cá em junho. Eles estavam com uma bela de uma promoção. Ainda bem que não os convenci. Ok, sei que as chances deles estarem lá seriam remotas e também não dá para generalizar. Não é a primeira vez que acidentes assim acontecem e nem que, infelizmente, será o último, mas acredito nas estatísticas. E elas dizem que ainda assim é mais seguro voar de avião. Enfim. Não gosto muito de falar dessas coisas, só sei que aqui é notícia em todos os jornais e canais de TV. Três irlandesas, mais ou menos da minha idade, que voltavam de férias do Brasil estavam no voo....

Triste!

beijos reconfortantes,
Ellen

eu e meu computador

Cá estava eu ontem transtornada com o fim trágico do meu computador. Para quem acompanhou o drama da mancha preta que se formou depois de um infeliz acidente, digo que a mancha aumentou e aumentou. E agora ao invés de pedaços pretos, tenho uma tela inteira esbranquiçada. Poxa, poxa. A boa notícia, é que estava a comentar meu infortúnio com uma amiga e não é que ela estava com dois computadores em casa e um sem usar?! Pois é, não será dessa vez que vocês se verão livre de mim. Ainda que temporariamente. Ok, só vou ficar devendo algumas fotos, pois não consigo enxergá-las para resgatá-las.

beijos partidos,
Ellen

P.S. Quem quiser fazer uma doação (ainda que singela) para a aquisição de um novo computador (ainda que simbólico) mande-me um email, serei eternamente agradecida! =)