segunda-feira, 28 de julho de 2008

Beautiful day

Sei que já que interrompi o assunto anteriormente, mas ainda não será dessa vez que o retomarei. Mais uma vez peço desculpas, mas irei tratar de algo mais recente. Ontem, fui à praia! Ahã...!E pela primeira vez, andei de trem! Ok, não era um trem do tipo que produz fumaça, mas também não era um CPTM.
Acordei com a a luz do sol no meu quarto e como a vida aqui gira em torno do tempo, resolvi ir para uma cidade-praia perto de Dublin, Bray. Antes de tudo, vamos esclarecer as coisas. Bray fica no condado de Wicklow a uns 20km de Dublin (creio eu) e uns 30-40min de trem. É, aqui eles usam o termo condado, e por mais estúpido que possa parecer, as vezes me confundo com o que fica e o que já não fica mais em Dublin. Definitivamente não sou das melhores em termos de localização. Enfim, quem quiser se aprofundar no assunto sugiro a não-tão-confiável, mas útil em casos assim, a wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Bray). Retomando ao assunto, o caminho para chegar até Bray é lindo. O trem vai pela costa e assim passa por várias prainhas (?), portos e etc. Vários nomes anotados para poder voltar depois. Ao chegar lá fiquei assustada com a quantidade de pessoas que dominavam a areia (entenda-se pedras). Turistas! Milhares deles misturados a outros milhares de nativos. Por um minuto cheguei a coagitar que irlandês talvez gostasse mais de praia do que brasileiro, mas não. Blefei internamente. Era domingo de sol (!) e dia de atração do Festival de Verão de Bray (soa caloroso, né?). A programação era a apresentação de manobras-ousadas de alguns aviões. Quase nossa esquadrilha da fumaça, só que algumas vezes sem fumaça. Confesso que já tive momentos na minha vida em que me interessei mais por isso, mas até que apreciei bastante.


Bray


Turistas e nativos-turistas


auto-explicativa

A praia irlandesa tem suas peculiaridades. Bom, só fui nessa, mas acredito que as outras não sejam tão diferentes. Você pode encontrar desde pessoas usando moletom até alguns atrevidos tomando sol em trajes de banho. Quando não encontra gente de moletom tomando sol (???). Fora a moda-verão-européia, a quantidade de areia é simbólica. Há uma faixa gigante de pedras-ainda-mais-gigantes (sim, nada de pedrinhas!), depois pouca coisa de areia com mais algumas pedras e daí o mar, gelado! Bem gelado! E gente nadando(?!). Aqui não se pega conchinha, mas sim pedrinha.


Peço que atentem-se ao topo desse morro, chamado de Bray Head.
Há uma cruz nele.

Embora a falta de areia seja nítida, isso não é de um todo ruim. Há uma dificuldade maior para andar. Uma coisa é enterrar o pé na areia outra coisa é ter kilos de pedra sobre o seu pé a cada passo dado. Acho que aqui eles não brincam de enterrar na areia, pelo menos espero! Já na hora de ir embora, nada de sacudir suas coisas. Afinal, areia só se v. insistir em achá-la. Pode-se também usar pedras como peso nas extremidades para suas coisas não voarem, já que aqui venta e tudo voa. E estou quase certa que os castelinhos de pedra deles são muito mais estruturados e arquitetados do que nossos simbólicos de areia. E resistem a água.


Nãó é a toa que as crianças entram no mar com suas Crocs*.


Como estava difícil achar um lugar vago ao sol, resolvi ir almoçar. Desisti após duas tentativas. As filas estavam enormes e eu com pouca paciência para isso. Fiz um balanço geral das opções e fui tomar um sorvete carinhosamente vendido pelo nome de Jumbo (não era um jumbo de sorvete, só a casquinha que era do tipo gêmeas siamesas). Como todos os espaços ainda estavam disputados, avistei um caminho na base da Bray Head (a tal montanha) e por lá fui caminhando. Caminhei, caminhei e caminhei. Exatamente subi-quase-morrendo uma montanha de 250m!!! E lembram da tal cruz no alto da montanha?...

Sim, fui parar lá.
Honestamente não sei o quanto significa 250m em uma montanha, mas para mim é o suficiente. Minhas pernas ainda doem. A trilha até lá varia. No começo há alguns degraus. Depois, ora é larga e limpa ora é estreita e cheia de obstáculos. Só que a vista que se tem quando se chega ao topo é única. Fiquei lá umas 2h deitada nas pedras, até mesmo porque precisava me recuperar.


*Ah, contei para japa-girl da minha escalada, ela foi lá há 2 semanas atrás e desistiu no meio do caminho. Ponto pra mim! (ok, foi um comentário pouco elevado espiritualmente)


Como aposto no verão irlandês, não levei agasalho. Conclusão, iniciou-se uma potencializada brisa marítima lá no topo que quase me congelou, tive que descer. A volta foi absurdamente tranquila. Já que adoro andar na beira do mar e já não sentia mais minhas pernas, ergui minhas calças, tirei meu tênis e lá fui (super-traje verão-europeu). Diria que o negócio é terapêutico. Água gelada e pedras para caminhar. Se bobear, alguém já deve ter dado um nome japonês para isso e hoje vende como massagem terapêutica em alguma clínica. Funciona. Depois disso só minhas pernas me causam problemas, meus pés estão relaxadíssimos. Na volta para casa encontrei uma australiana no trem e viemos conversando. Ela usava havaianas carinhosamente chamada por eles de "ravianas" (?). Não, nós não falamos espanhol.


P.S. Estupidamente não carreguei a bateria da máquina fotográfica e fui com ela pela metade. Quando acabou tive a bilhante idéia de usar meu celular, que também estava com a bateria nos seus últimos risquinhos. Logo, fiquei sem os dois. Só que antes disso, consegui tirar 263 fotos! Sim, foi uma espécie de compulsão. Tomada por esse espírito registrador-enlouquecido resolvi criar um álbum online de fotos (ok, sei que essa atitude não condiz com a minha pessoa). Obviamente não os cansarei com as centenas de imagens, então coloquei apenas mais algumas aqui caso se interessem http://picasaweb.google.com.br/ellen.oioli . Eu fiquei besta com o que vi!

P.S.2 Fiquei tão feliz porque descobri como colocar mais que cinco fotos em um post! Só que agora também pouco importa, tenho um álbum! =)

P.S3 Em breve colocarei mais fotos no álbum e alguns filminhos, se conseguir.

P.S.4 Se v. não sabe o que é essa tal de Crocs que as crianças irlandesas usam (embora seja muito difícil alguém ainda não ter visto ou notado tal sapatinho-discreto), segue um glossário ilustrativo: http://shop.crocs.com/c-4-Footwear.aspx?reqid=4&reqProdTypeId=4&subsectionname=footwear

P.S5 Estou postando o texto com um dia de atraso. Fui na praia no domingo.

beijos quentes,
Ellen

7 comentários:

  1. SEIXOS!!!

    QUE MEDO DESSA FOTO
    http://picasaweb.google.com.br/ellen.oioli/Bray27Julho08/photo#5228439073460143602

    Pô... animal essa viagenzinha, hein???

    Orgulho do seu espírito atleta!!!

    250m é qse metade do Corcovado. Parabéns.

    Se der, poste mais fotos da viagem do trem.

    beijos

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  2. Ellen, reitero que suas fotos ficaram mto boas!!!

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  3. Oi Ellen...
    Já me atualizei dos últimos ocorridos da sua vida em Dublin... Não perco essa novela por nada. Por falar nisso, ta na hora de dar um nome pra ela, não? Aquele do tipo Mexicano, sabe...”A usurpadora”... Pensei em “A registradora-enlouquecida”, aproveitando a sua deixa... rsrsrs
    Ei, você não fez um castelinho de pedras?

    Beijos

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  4. Meu, se o gosto do sorvete for como o visual, misericórdia! rsrsrsr É assustador...

    É gostoso pelo menos?

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  5. Ellen o lugar é muito bonito,como vc.já havia me dito.As fotos ficaram muito bonitas. O pai também gostou,principalmente da sua.Matamos saudades.Beijos calientes p/vc.também. P.S.O sorvete de qual sabor era? Parece muito bom.

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  6. Aoaa! cade suas meias kendall? tendall?? (nunca saberei os nomes corretos das tais)para aliviar a dor.

    e tenho orgulho, viu, continue assim, rs.

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  7. Ah Thato! Obrigada pelas doces palavras de motivação!

    E é kendall, criatura! hahaha..Preciso usá-las!

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