quarta-feira, 30 de julho de 2008

So far so good

Depois de inúmeras pausas e anos depois, finalmente retomaremos ao assunto.

Como já havia dito anteriormente, as duas últimas semanas foram culturalmente intensas, vamos assim dizer. Pulando a parte traumática das brazilians parties e a escapada com a Borat numa sexta, posso dizer que tudo começou de verdade numa segunda-feira de ócio. Saí da aula e resolvi visitar todos os museus gratuitos da cidade. Passeio animador para esse dia da semana, isso se os museus não permanecessem fechados às segundas-feiras. Logo, fiquei frustrada. A única coisa que consegui ver foi uma exposição de um poeta irlandês (Yeats) na Biblioteca Nacional. Afinal, é biblioteca e elas não fecham. Foi interessante. Como havia escolhido ir para uma parte da cidade que ainda não conhecia resolvi ir visitar um parque que tem por lá, o Marrion Square. Aliás, adoro isso num europeu. Eles têm parques por todos os cantos, e levados pelo calor da emoção por ser verão, assim que sai um solzinho (ou qualquer coisa que os faça lembrar de um) eles se estiram no primeiro pedaço de grama e por lá ficam. Antes de me juntar a eles, fui caminhar e apreciar os verdes campos. No auge da minha viagem interna, escutei vozes infantis cantarolando. Olho para trás e vejo um grupo de 15-20 criancinhas alvas e louras, amarradinhas umas as outras e vestidas à moda irlandesa-estudantil-anos-20. Pensei estar delirando. Foi como se estivesse no Jardim Secreto. Encantada com a situação, banquei praticamente a pedófila e lá fui eu tirar foto das crianças. Tentei ser o mais discreta possível, mas acabei me sentindo a própria tia-do-espiríto-registrador-enlouquecido.




Não é das melhores fotos, até mesmo pela ocasião.


ohhh


Essa foi a última foto que tirei e já não estava mais tão mais cautelosa.
(vocês podem notar a felicidade do jovem rapaz ao ser clicado)

Ainda abobalhada e já um pouco envergonhada, fui embora do parque. Saí pelo outro portão, e quando olho para frente vejo uma rua repleta das famosas casinhas de tijolinho com as portas coloridas. Foram horas emocionalmente intensas. Fui andando pela rua e ridiculamente tirando foto de todas as portas. Quando já estava na esquina, percebo que a outra rua estava bloqueada e com a presença de inúmeros policiais (a Garda, que é a polícia irlandesa). Obviamente, algo acontecia. Fui lá conferir. Era o Sakorzy (?!). Sim, ele passou somente 4 horas na Irlanda aquele dia e estava prestes a deixar o prédio. Aliás, sabia que algo estava diferente aquele dia. Logo pela manhã quando peguei o super-disputado Luas, vi que alguns ovos haviam sidos atirados contra ele (mais tarde o francês-belga disse que eles possuem o mesmo trem na França, pois eles o construíram e depois o venderam para a Irlanda. Daí deduzi que o inofensivo bondinho pudesse ser uma espécie de representação napoleônica por aqui.) E como vocês podem ter percebido, os irlandeses odeiam-de-coração o Sakorzy. E sempre que o nome dele é mencionado, a palavra ovos vem em seguida. Curioso isso. E nessa onda de manifestações, claro que havia alguns seres na frente do prédio esperando ele sair. Alguns com cartazes, outros com camisetas e outros resguardando sua voz para o momento oportuno.



a farofa televisiva


uma revoltada

No dia seguinte, tive um passeio ousado. Isso porque não fui num irish pub, mas sim num pub tcheco, com vários tchecos e bebi cerveja tcheca. Na verdade, estavamos entre franceses, italianos, tchecos (claro) e uma russa. Ok, não vou mentir para vocês. Também havia casualmente outros 4 brasileiros, dos quais prefiro não fazer comentários. Eita azar o meu! Só um deles salvava. O pub em si não era muito diferente dos outros em que fui aqui, nada de decorações loucas-tchecas. Se bem que não faço a menor idéia do que poderia ser usado para isso também. O destaque foi a mesa de pebolim. Ficamos todos numa área reservada junto a duas mesas dessa. Foi divertido. Não, não fizemos um time brasileiro. Até mesmo porque meus interessantes-e-interessados conterrâneos ficaram por uns 40min (tempo que eles permaneceram no bar já que foram embora antes) conversando entre si, e educamente-ignorando o restante dos mortais. Enfim, já disse que prefiro omitir meus comentários. Meu time foi francês! Num ato de elevação espiritual e de perdão, esqueci por um momento quem era Zinedine Zidane e Henry, e me juntei a eles. Primeiro joguei com a Emmanuelle e perdemos significamente para os tchecos, e depois joguei com o pseudo-francês, ganhamos. E logo em seguida perdemos para os outros franceses. O campeonato foi boicotado na metade, pois como tinhamos que pagar pelas bolinhas, os meninos tiveram a brilhante idéia de colocar um papel na boca do gol. Ok, pode soar estranho já que o objetivo do jogo é a bola entrar no gol, mas acreditem, funciona! E digo mais, economizamos uma boa quantia de euros até sermos descobertos por um garçom (não sei se tcheco). Fomos para outro pub, dessa vez irish e insuportavelmente lotado. Pela primeira vez experimentei o irish coffee, é muito bom. Devido a falta de espaço e ar, fomos para outro lugar, de novo. Muito mais calmo e onde era possível conversar. Boa parte do povo nesse trajeto resolveu ir embora. Aqui tenho que ser justa, um dos brasileiros, o que salvava, ficou junto com a gente. Ele é amigo da francesa e bem gente boa. Estava aqui apenas estudar durante o mês de férias dele. E adivinhem? De origem oriental, claro! É meu lado amarelo. No mais, é muito esquisito conversar em inglês com alguém que fala a mesma língua que você.




alguns de nós
(brasileiro, francês, tcheco, pseudo-francês, tcheco, eu e a francesa)

Já não me lembro mais exatamente quando, mas também acho que pouco importa, fui a um restaurante coreano! Obviamente, nessa jornada Borat e Mingu estavam presentes. Como todas as palavras coreanas possuem o mesmo som e a mesma pronúncia, o nome do restaurante não poderia ser inovador: Bon Ga (agora repita para v. mesmo, claro, esses 3 nomes e com um sotaque indígena. É igual). Como esse povo come, caramba! Dá gosto de ver. O tempo médio gasto por eles num restaurante é de 3h!!! E não é come e pára, são 3h ininterruptas. O restaurante servia sistema de buffet: 10 euros e comida a vontade. Obviamente, fizemos esse investimento valer a pena. A comida é muito boa e bem apimentada. O prato típico deles é o kimchee. O cheiro não é dos melhores e sua descrição também não é das mais apetitosas, mas é gostoso. São vegetais fermentados e mantidos em conserva por longo período. O mais comum é feito com repolho e acelga, mas pode-se fazer também com rabanete, carnes, usar junto ao arroz, etc. Houve uma pesquisa sobre as comidas mais saudáveis do mundo, e o kimchee ficou entre as cinco primeiras. Ponto para mim e para eles! Eu acabei me esbaldando em lulas e ostras (com kimchee, claro) e nos gim bap (praticamente já sei falar coreano: gim=alga e bap=arroz. Ou seja, quase um sushi). Aliás, foi a primeira vez que comi ostras. Tudo bem que cozidas, mas estavam muito boas. Uma coisa curiosa, é que na Coréia eles não cobram pela água que v. bebe nos restaurantes. Nesse, por exemplo, havia um bebedouro (?!). Cada um pegava seu copinho num balcão e se servia. Esquisito! Só que para quem está bebendo água de torneira há quase um mês, foi luxo. A sobremesa era mais ocidental, sorvete e frutas. Nessa categoria encaixam-se os tomates. Pasmem, eles comem tomate sendo fiéis a sua definição. Eu realmente fiquei atordoada quando vi a Bora comendo tomate com laranjas! Achei que fosse uma excentricidade dela, mas não! Os tomates estavam cortados nas tigelinhas no mesmo balcão das frutas. Ainda bem que não é comum servirem salada de frutas, seria incapaz de comer. Claro que quando revelei a verdade sobre como comemos tomate por aqui (com sal) eles ficaram enojados. São os tais dos conflitos culturais.


Ainda envolta no meu lado amarelo, num dia desses, tomei chá preparado pela a japa-girl. Momento único de minha vida. O próximo passo será pedir a ela preparar um chá verde japonês, daí sim será uma espécie de nirvana. Também contei sobre minha experiência kim-gastronômica. E num ato de fragilidade, confessei sobre a minha rídicula habilidade em manusear o tal dos "pauzinhos". Sensibilizada, achamos um par de hashi na cozinha e a japa-crazy-girl me ensinou a técnica. Acho que ela acabou se sentindo acolhida, e me confessou que também tem dificuldade em comer com o garfo e faca! Achei tão, mas tão estranho ouvir isso de alguém civilizado. Segundo ela, a comida escapa pelos vãos dos garfo. Caramba! Nunca tinha analisado por esse ponto de vista. Aliás, nunca tinha parado para pensar que coreanos, japoneses e etc não possuem talheres em casa. Foi uma conversa enriquecedora. Agora já sou capaz de pegar grãos de arroz usando apenas dois pauzinhos.

beijos cosmopolitas,
Ellen

P.S. - No dia do Sakorzy eu me senti super parte da história. Esperei pelo noticiário a noite e aguardei pelos jornais gratuitos da manhã do dia seguinte. Se alguém se interessar, aqui está http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL680879-5602,00-SARKOZY+QUER+BUSCAR+SOLUCOES+AO+NAO+IRLANDES+AO+TRATADO+DE+LISBOA.html

P.S 2 - Como vocês puderam perceber, não há fotos do restaurante coreano. Isso se deve ao fato de eu estar atrasada pela manhã e sair correndo para aula, logo esqueci a câmera em casa. E foi um programa inesperado. Para se ter uma idéia de como é, achei o site do restaurante http://www.bonga.ie/main/. Na realidade, ele é pior do que aparece aí.


P.S 3- Postando com vários dias de atraso. Como vocês podem ver pela data era para ter sido publicado na quarta-feira, mas ainda não tinha finalizado. So sorry!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Beautiful day

Sei que já que interrompi o assunto anteriormente, mas ainda não será dessa vez que o retomarei. Mais uma vez peço desculpas, mas irei tratar de algo mais recente. Ontem, fui à praia! Ahã...!E pela primeira vez, andei de trem! Ok, não era um trem do tipo que produz fumaça, mas também não era um CPTM.
Acordei com a a luz do sol no meu quarto e como a vida aqui gira em torno do tempo, resolvi ir para uma cidade-praia perto de Dublin, Bray. Antes de tudo, vamos esclarecer as coisas. Bray fica no condado de Wicklow a uns 20km de Dublin (creio eu) e uns 30-40min de trem. É, aqui eles usam o termo condado, e por mais estúpido que possa parecer, as vezes me confundo com o que fica e o que já não fica mais em Dublin. Definitivamente não sou das melhores em termos de localização. Enfim, quem quiser se aprofundar no assunto sugiro a não-tão-confiável, mas útil em casos assim, a wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Bray). Retomando ao assunto, o caminho para chegar até Bray é lindo. O trem vai pela costa e assim passa por várias prainhas (?), portos e etc. Vários nomes anotados para poder voltar depois. Ao chegar lá fiquei assustada com a quantidade de pessoas que dominavam a areia (entenda-se pedras). Turistas! Milhares deles misturados a outros milhares de nativos. Por um minuto cheguei a coagitar que irlandês talvez gostasse mais de praia do que brasileiro, mas não. Blefei internamente. Era domingo de sol (!) e dia de atração do Festival de Verão de Bray (soa caloroso, né?). A programação era a apresentação de manobras-ousadas de alguns aviões. Quase nossa esquadrilha da fumaça, só que algumas vezes sem fumaça. Confesso que já tive momentos na minha vida em que me interessei mais por isso, mas até que apreciei bastante.


Bray


Turistas e nativos-turistas


auto-explicativa

A praia irlandesa tem suas peculiaridades. Bom, só fui nessa, mas acredito que as outras não sejam tão diferentes. Você pode encontrar desde pessoas usando moletom até alguns atrevidos tomando sol em trajes de banho. Quando não encontra gente de moletom tomando sol (???). Fora a moda-verão-européia, a quantidade de areia é simbólica. Há uma faixa gigante de pedras-ainda-mais-gigantes (sim, nada de pedrinhas!), depois pouca coisa de areia com mais algumas pedras e daí o mar, gelado! Bem gelado! E gente nadando(?!). Aqui não se pega conchinha, mas sim pedrinha.


Peço que atentem-se ao topo desse morro, chamado de Bray Head.
Há uma cruz nele.

Embora a falta de areia seja nítida, isso não é de um todo ruim. Há uma dificuldade maior para andar. Uma coisa é enterrar o pé na areia outra coisa é ter kilos de pedra sobre o seu pé a cada passo dado. Acho que aqui eles não brincam de enterrar na areia, pelo menos espero! Já na hora de ir embora, nada de sacudir suas coisas. Afinal, areia só se v. insistir em achá-la. Pode-se também usar pedras como peso nas extremidades para suas coisas não voarem, já que aqui venta e tudo voa. E estou quase certa que os castelinhos de pedra deles são muito mais estruturados e arquitetados do que nossos simbólicos de areia. E resistem a água.


Nãó é a toa que as crianças entram no mar com suas Crocs*.


Como estava difícil achar um lugar vago ao sol, resolvi ir almoçar. Desisti após duas tentativas. As filas estavam enormes e eu com pouca paciência para isso. Fiz um balanço geral das opções e fui tomar um sorvete carinhosamente vendido pelo nome de Jumbo (não era um jumbo de sorvete, só a casquinha que era do tipo gêmeas siamesas). Como todos os espaços ainda estavam disputados, avistei um caminho na base da Bray Head (a tal montanha) e por lá fui caminhando. Caminhei, caminhei e caminhei. Exatamente subi-quase-morrendo uma montanha de 250m!!! E lembram da tal cruz no alto da montanha?...

Sim, fui parar lá.
Honestamente não sei o quanto significa 250m em uma montanha, mas para mim é o suficiente. Minhas pernas ainda doem. A trilha até lá varia. No começo há alguns degraus. Depois, ora é larga e limpa ora é estreita e cheia de obstáculos. Só que a vista que se tem quando se chega ao topo é única. Fiquei lá umas 2h deitada nas pedras, até mesmo porque precisava me recuperar.


*Ah, contei para japa-girl da minha escalada, ela foi lá há 2 semanas atrás e desistiu no meio do caminho. Ponto pra mim! (ok, foi um comentário pouco elevado espiritualmente)


Como aposto no verão irlandês, não levei agasalho. Conclusão, iniciou-se uma potencializada brisa marítima lá no topo que quase me congelou, tive que descer. A volta foi absurdamente tranquila. Já que adoro andar na beira do mar e já não sentia mais minhas pernas, ergui minhas calças, tirei meu tênis e lá fui (super-traje verão-europeu). Diria que o negócio é terapêutico. Água gelada e pedras para caminhar. Se bobear, alguém já deve ter dado um nome japonês para isso e hoje vende como massagem terapêutica em alguma clínica. Funciona. Depois disso só minhas pernas me causam problemas, meus pés estão relaxadíssimos. Na volta para casa encontrei uma australiana no trem e viemos conversando. Ela usava havaianas carinhosamente chamada por eles de "ravianas" (?). Não, nós não falamos espanhol.


P.S. Estupidamente não carreguei a bateria da máquina fotográfica e fui com ela pela metade. Quando acabou tive a bilhante idéia de usar meu celular, que também estava com a bateria nos seus últimos risquinhos. Logo, fiquei sem os dois. Só que antes disso, consegui tirar 263 fotos! Sim, foi uma espécie de compulsão. Tomada por esse espírito registrador-enlouquecido resolvi criar um álbum online de fotos (ok, sei que essa atitude não condiz com a minha pessoa). Obviamente não os cansarei com as centenas de imagens, então coloquei apenas mais algumas aqui caso se interessem http://picasaweb.google.com.br/ellen.oioli . Eu fiquei besta com o que vi!

P.S.2 Fiquei tão feliz porque descobri como colocar mais que cinco fotos em um post! Só que agora também pouco importa, tenho um álbum! =)

P.S3 Em breve colocarei mais fotos no álbum e alguns filminhos, se conseguir.

P.S.4 Se v. não sabe o que é essa tal de Crocs que as crianças irlandesas usam (embora seja muito difícil alguém ainda não ter visto ou notado tal sapatinho-discreto), segue um glossário ilustrativo: http://shop.crocs.com/c-4-Footwear.aspx?reqid=4&reqProdTypeId=4&subsectionname=footwear

P.S5 Estou postando o texto com um dia de atraso. Fui na praia no domingo.

beijos quentes,
Ellen

sábado, 26 de julho de 2008

Pausa pro chá

Antes de continuar com a confraternização universal, faço uma pausa para duas observações.

1- Ah! Enquanto atualizava o blog ontem a noite, fui interrompida pelo jantar. Estava faminta, já que tinha almoçado cerejas! (não sintam pena, foi uma caixa de cerejas recém colhidas, grandes e lustradas. E eu adoro cerejas!). Enfim, continuando o comentário gastronomicamente-cultural-enriquecedor, jantei fish and chips! Sim, sei que são batatas, mas fiquei tão feliz. A Susan comprou para mim e para a japa-girl. Claro que há o lado folclórico por trás disso tudo, mas eu realmente gostei. É um pouco gorduroso. Ok, um pouco mais que um pouco gorduroso, mas saboroso! E o peixe, divino! (como diria mamãe).

2- Apresento-lhes Borat!


*korean-gesto-para-fotos


Essa é a coreana-girl de 20 anos aqui e 22 na Coréia (só faço amizade agora com gente da minha idade!). Tiramos essa foto na sexta passada numa das ruas do Temple Bar, sempre. Aliás, esse dia foi engraçado. Conversamos pela primeira vez com um irlandês-super-irlandês-e-caipira. Ele morava numa fazenda perto de Dublin, então imagina a facilidade que foi em entendê-lo. Até o "oi" foi díficil! O momento universal foi "Ronaldinho". Sim, todos tem a mesma reação por aqui. Depois de duvidarem sobre minha nacionalidade, ficarem incrédulos e tudo mais, o próximo assunto é sempre futebol: Ronaldinho e o Big Phil (que é como eles chamam o Felipão aqui). Só que ninguém consegue falar Ronaldinho como um coreano. Ponto para eles!


Foto momento nada a ver
(essa é uma pontinha principal que todos usam, a iluminação é linda. Usam as cores da bandeira irlandesa. Eu gosto dela. É só para pedestre e fica ao lado do Temple Bar, na verdade é um dos acessos a ele. Postei pq passei por ela esse dia (e?) e estava junto na minha pasta de imagens. Quis compartilhar!)

beijos pausados,
Ellen

*korean-gesto-para-fotos: talvez seja algum sinal característico para identificar o bando. Já que esse post fala sobre nada e sobre tudo, aproveito para falar sobre o significado desses dois dedinhos em riste sob o ponto de vista irlandês. Se você não tem a natureza rude, jamais gesticule dessa maneira por aqui. Erguer dois dedos nessa posição possui o mesmo significado que erguer o nosso dedinho do meio aí no Brasil. Para essa foto, vou considerar o significado universal (usado tanto no Brasil quanto na Coréia) do paz e amor. Ficaria chateada se não fosse.

P.S.- Só fazendo mais uma observação para quem tiver interesse em saber. O fish and chips é um prato típico inglês, mas abocanhado pelos irlandeses devido sua história de proximidade, vamos assim dizer. O peixe é enorme e empanado, mas de maneira diferente do Brasil. E as batatas, são fritas! Claro! Só que são mais grossas, bem mais grossas. Muito boas, diga-se de passagem. Já ouvi dizer que há quem os sirva embrulhados em jornal, mas o que comi estava cada coisa embrulhada em um saquinho aparentemente limpo, para minha tranquilidade. Diz a lenda, que os irlandeses costumam comer isso após ir aos pubs. Ou seja, seria como nosso pastel de feira daí de Jaú, só que com um pouco mais de sustância. As lojas que vendem são chamadas de Chip Shop (gosto de falar esse nome) e as mais antigas foram fundadas por italianos vindo de pequenas vilas para trabalhar aqui. Vai entender!

P.S.2 - Ia continuar a escrever aqui, mas não está mais chovendo. Logo, vou passear. Mais tarde continuo...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

I see green people


Pint é para losers!

P.S. - Mãe, fica tranquila. Não consigo beber tudo isso.

Água de beber

Meus nativos favoritos,

Confesso que sucumbi e cai na tentação, fui a brazilian party! E ainda por cima duas vezes. Ok, as idas foram mais pela confraternização universal em si do que pela festa. Não sei se já comentei isso antes, mas essas festas são absurdamente famosas aqui e ocorrem sempre as quintas-feiras. Todo mundo já foi e aquele que ainda não foi, irá. É batata! (expressão anos 80 super-aplicável-e-ornando ao momento).
Como toda semana, tinha combinado de encontrar a Borat na última estação do Luas. Fui com o francês, já que ele iria também encontrar seu clã (um irmão, um amigo e uma amiga - todos franceses) para ir ao cinema. Também como toda semana, estava atrasada, mas dessa vez dei a sorte da Borat ainda estar esperando por mim. Como a festa é famosa e todos a querem, os franceses já estavam todos na estação esperando pelo último membro na trupe com o destino alterado. Agora iriam também para a tal da brazilian party, onde as noites são selvagens! hahaha...É quente e úmido, só nesse aspecto se aproxima do selvagem. Talvez seja uma tentativa infeliz de recriar o clima beira-rio-amazônico aqui. Sinceramente não sei. Enfim...ventiladores já me deixariam feliz.
Numa pureza quase angelical pensei, ainda que por um minuto, que talvez fosse me sentir acolhida. No meu lar. Não, não senti. Aliás, ainda bem que não senti. Coloquei esse agradecimento nas minhas preces diárias a la Theo. É quente, mas muito quente. Agora imagina um lugar naturalmente quente e sem ventilação, lotado de gente. Agora imagina que toda essa gente é européia. E agora imagina que nem todo europeu toma banho. Pois é! Como anunciaram MPB, você espera MPB. E sim, v. tem MPB no seu sentido mais pé da letra: música popular do Brasil. É tão popular, mas tão popular que toca axé. Agora imagina todo mundo dançando. Imagina também aquela massar de ar quente se deslocando para os lados - indo e vindo. Agora imagina que todas as coreografias prontas tem a infelicidade de manter boa parte do tempo as mãos e os braços para cima. Agora imagina que quem dança é europeu. Agora imagina que nem todo europeu toma banho. Pois é! Não é algo assim generalizado, mas dependendo por onde v. passa, se torna mais evidente. Diria que há focos.
Num primeiro momento, achei as músicas irritantemente ruins, mas daí tocou uns sambinhas e até umas MPB´s menos MPB´s e alguns forrós aproveitáveis. Já num segundo momento comecei a enxergar sob um novo aspecto, não tem preço que se pague ver esse povo dançando. E claro, as favoritas deles são as de axé ou qualquer coisa que os façam pular, já que eles não entendem bulhufas da letra. Aliás, se entendesse um talvez não dançassem. Foram momentos impagáveis. Obviamente, as meninas (Borat e a Manu) foram as primeiras a pedir que eu as ensinassem sambar. Estava inibida, tenho que dizer. Depois vieram os outros dois e mais um coreano* (sempre!) desconhecido-onipresente, e daí começou a luta. Mais uma vez me senti um ponto turístico. Sambamos pseudo-loucamente. Bom, houve a tentativa. Fiz as meninas dançarem forró com uns brasileiros, e dancei com um dos franceses. Divertido! Eles são muito entusiasmados, mas um desastre!...Depois de ver toda essa euforia franco-anglo-saxônica, começo a entender o significado de selvagem. Acho que eles encontram a luz nessas festas, e acredito que seja a primeira dança de muitos ali. Vale uma observação aqui. Todo mundo, sem exceção e sem exageros, vê o Brasil de maneira positiva. Amigável. Todos acham o país bonito, todos querem conhecê-lo -só acham a passagem cara e longe - e a primeira imagem é a mesma: música, praia, sol, festas e gente bronzeada e feliz (assim que surge o espanto quando digo que sou brasileira). Daí, para achar que essas festas são um oásis no meio da úmida Dublin é fácil. Outro momento culturalmente-frustrado-intenso foi a caipirinha. Logo que chegamos, contei a eles sobre a tal bebida e corremos todos para o bar, digo, as meninas. Os meninos aguardariam, pois segundo a lenda, meninas tem um paladar específico e incompátivel. Logo, pouco confiável (franceses!). Só que dessa vez tenho que admitir, felizes foram eles. Simplesmete h-o-r-r-í-v-e-l!!! A pior caipirinha que já tomei na minha vida. Pasmem, mas eles usam S-O-D-A para fazê-la! (nesse momento me ocorre um trocadilho materno com a palavra soda, mas o guardarei para mim). Senti a tal da vergonha alheia. Eu lá toda serelepe me gabando da bendita caipirinha e foi aquela frustração. Soda + gelo + água + 3kg-de-limão + aroma-de-vodka-ou-cachaça (não foi o suficiente para distinguir). Carinhosamente a chamamos de "fake-kaipiryinha". E nos custou 5 euros.


!!!

Talvez nesse momento muitas cabecinhas estejam confabulando o que teria me levado de volta a esse submundo-perverso-canarinho. Acho que foi meu lado fraternal. A bye-bye party, que na verdade se chama well-fare party, do belga-francês teve como cenário escolhido a brazilian party. Na verdade, eu ainda estava um pouco traumatizada, e acho que nem ele estava muito entusiasmado. Foi algo decidido pelo grupo, eu acho, e não há bye-bye party se não houver para quem dizer tchau. Então, fomos. E como sempre, se tá no inferno, abrace!


beijos selvagens,
Ellen

*Coreano louco-onipresente: eu conheci essa espécime única na escola. Como coreano anda em bandos, o vi uma vez conversando com os meus asiáticos. Digo que vi, porque quando fui apresentada a ele, algumas coisas entre coreano e inglês foram balbuciadas e que podem-se resumir em "Há! Brasileira! Uhuu!!! Você é louca!!!". Em seguida, ele saiu correndo. Sempre o encontro perdido por aí, mas nunca mais me aproximei. Tenho medo.

Se não tem pão, que sirvam brioches

Meus saudosos,

Sei que ando em falta com vocês, me desculpem! Como você sabem, estou sempre em busca de atualizações na minha vida social para ter o que escrever posteriomente a vocês. E agora cá estou, cheia de novidades (já fui em até 2 brazilians parties!).

Já escrevi sobre isso anteriormente e supondo que vocês ainda se lembrem, sexta-feira é o dia oficial das bye-bye parties por aqui. Essa semana foi um pouco diferente, primeiro pq finalmente consegui chegar a tempo para uma dessas festas, segundo pq foi ontem, numa inusitada quinta-feira, e terceiro pq fiquei particularmente sensibilizada dessa vez. Lembram do tal francês que estava morando aqui em casa?! Então, se foi hoje! Sei que vocês têm um certo apreço e alguns, até me atrevo a dizer, desenvolveram laços afetivos com os asiáticos, mas nessas duas últimas semanas diria que estive um pouco mais ocidental (mas ainda cultivo o pedacinho amarelo em meu coração, óbvio). Tudo começou quando o francês, que não é francês e sim belga, mas que mora na França e vai direto para a África (?)chegou. Ele se juntou a nossa trupe logo no primeiro dia e a partir daí, diria que ele se tornou meu melhor amigo durante 15 dias. Aqui vale uma preciosa ressalva, ele toma banho todos os dias. E digo mais, as vezes até dois! Talvez seja a veia belga. Fiquei aliviada. Obviamente, contei a ele nossas adoráveis impressões sobre os franceses e mais obviamente ainda, por ele ser praticamente-de-lá algumas vezes se comporta como tal, o que rendeu muitas piadinhas e frases prontas, e francês se tornou um adjetivo. Descobri que todos os franceses não gostam dos parisienses (execeto eles mesmos, claro), aprendi quando se pode recusar um vinho depois de todo aquele ritual da frescura para escolhê-lo, descobri que quando você não acha a palavra certa em inglês para se comunicar, você pode tentar o português porque provavelmente eles usam a mesma palavra também, mas com sotaque afrancesado. Croissant é a melhor palavras para eles dizerem. E como todo europeu, eles acham que a história de seu país é a mais importante. Ah, uma cena típica, outro dia estávamos assistindo ao filme Maria Antonieta (ou Marie-Antoinette, claro) o que causou certa revolta, já que uma americana (esqueceu-se de que sou uma) estava retratando a história deles e de maneira tão pouco profunda (o filme é bom e não é para retratar de maneira profunda a história mesmo). Eles, e todos os outros europeus, sentem certo repúdio pelos EUA, é muito comum ouvir isso aqui. Enfim, foi divertido enquanto durou. E num desabafo, vejo que meu custo social será alto no período das férias, já que nessa época as pessoas vêm e vão com maior frequência e, consequentemente, terei que praticar ainda mais o desapego.

Feitas as apresentações iniciais, irei retratar alguns dos episódios ocorridos ao longo dessas semanas. Já me antecipo e digo que foram dias culturamente intensos.

beijos bicudinhos,
Ellen

sábado, 19 de julho de 2008

All yellow 3

Aqui eu realmente tenho andando muito. E como já não me desse por satisfeita, resolvi ir conhecer no domingo o Phoenix Park. Simplesmente o maior do mundo! Fui com meus amigos amarelos (o Mingu, a Borat, a Hiromi e outra japonesa-engraçada, a Yoko - não, não foi ela que me ligou. É só mais uma japonesa). Domingo foi um dia de verão (!). Muito sol e muito quente. Foi nessa brincadeira que fiquei bronzeada(!), mas já descasquei durante a semana e hoje já estou de volta ao normal, desbotada. Foi uma manhã e tarde muito produtiva. Almoçamos como uns pobres coitados na grama (cada um trouxe seu lanchinho. Eu só levei minha irish maçã, que era o que tinha. Repartimos chocolate e bolachas). O Mingu comeu pela primeira vez uma pêra! Ele me mostrou a tal fruta, ficou olhando curiosamente para ela por um tempo e depois me perguntou como deveria comer! hahaha...Foi difícil, mas me contive e ensinei a maneira certa de comê-la. Aprendi coreano e japonês, ensinei português e descobri que eles tem a mesma visão simplista sobre nós. Confessei que sou incapaz de distinguir um japonês de um coreano, de um chinês e por aí vai. Eles disseram que também são incapazes de diferenciar um europeu de um americano! hahaha...Descobri também que Mango era atirador na fronteira da Coréia do Sul com a Coréia do Norte em seus tempos de exército. Ele sabe ler a mão, e o melhor, aprendeu quando morou 6 meses na Filipinas. Obviamente, teve que ler a mão de todas as meninas. Ainda ensinou umas técnicas de massagem, e por causa disso, nunca mais tomarei remédios para dor de cabeça. Descobri também que na Coréia eles possuem um calendário diferente, ou seja, o Mingu, por exemplo, tem 23 anos aqui e 25 na Coréia. Conclusão, mesmo começando a gostar deles jamais irei a Coréia! Também começo a entendê-los melhor, e até acho o sotaque engraçadinho. Eles não dizem people, mas sim "pipor". É como se fossem caipiras brasileiros falando em inglês. E eles também tem dificuldade em pronunciar o R, o room se torna "loom". Ou seja, minha palavra favorita para eles dizerem é Ronaldinho. Dou risada por horas.


Phoenix Park


verão (!)


Primeira pêra na vida de uma pessoa

No final do dia, eu a Hiromi conhecemos o novo habitante da casa, o Andrew. Um belga que agora mora na França por causa da faculdade. Ele ficará apenas duas semanas por aqui. Jantamos batatas, claro. Logo depois fomos a um pub australiano(?) para ver o novo affair da japa-crazy-fish-girl tocando. O Andrew e toda nossa turma de amarelos foram junto. É bom ter um europeu por perto! Tão mais fácil de conversar! No pub estava passando jogo do SP, e descobri que sou muito pé quente. Desde que parei de assistir aos jogos, o SP estava mal das pernas. Foi só eu voltar a ativa e ele ganhou do Palmeiras. Depois desse pub, fomos levar o belga-francês para ouvir irish music no Temple Bar. Sempre! Conhecemos uma família de canadenses e uns americanos e foi tão aliviante. Inglês é a língua deles, e ele confessaram que também não entendem o que os irlandeses falam. Ponto pra gente! A mãe da família canadense ficou conversando por horas comigo, e disse que não sabe pq estou aqui aprendendo inglês já que falo tão bem. Fiquei feliz! Ponto pra mim.


Esse é o pub que fomos. É um dos únicos que tem irish music todo dia.


beijos amarelos, Ellen


P.S. 4 - Fim! (desse post)

All yellow 2

No sábado acordei com meu telefone tocando adoravelmente as 7h da manhã!!! Fiquei nervosa. Só fui conferir quem estava ligando por desencargo de consciência, afinal acho muito díficil alguém de casa me ligar ás 3h da manhã do Brasil. Para minha revolta silenciosa era a minha outra amiga japa (essa está na minha sala). Ok, eles dormem cedo, acordam cedo e talvez por isso vivam mais, mas carambola! Eu sou ocidental e sim, minha expectativa de vida é mais baixa e eu convivo muito bem com esse fato!!! Num ato vingativo, não atendi. E ainda coloquei no mudo! E não, não pensem que fui mesquinha. Sabia exatamente qual era conteúdo da conversa e por isso fiquei ainda mais nervosa que até perdi o sono. Ela e a Borat iam fazer um passeio durante o dia numa cidade aqui perto, elas me convidaram, mas recusei pelo preço (20 euros). Há maneiras mais baratas de se ir para esse lugar. Ou seja, depois do convite ser recusado com uns 3 ou 4 dias de antecedência, poderia dizer que lavei minhas mãos e não tinha mais nada a ver com isso, óbvio. Só que existem seres humanos e seres humanos no mundo, e esse ser humano japonês me liga para saber onde estava a Borat, pois provalvemente ela ainda não deveria ter chegado (o passeio era as 8h e ela me ligou as 7h, ou seja, é óbvio que ela não tinha chegado. Ninguém deveria ter chegado ainda!) Agora pergunto eu, como eu poderia saber onde ela estava?! Embaixo da minha cama e no meu bolso é que não era! Ah, faça-me o favor! Vá colher alga! Depois disso cheguei a conclusão que gosto ainda mais da Hiromi. Como já havia emputecidamente acordado, arrumei meu quarto, separei minhas roupas, tomei café e dormi de novo até os seres humanos normais acordarem e assim eu estar possibilitada em fazer algo. Começando o dia novamente, fui para o centro da cidade para conhecer alguns lugares ainda obscuros para mim. Diria que aqui é um ótimo lugar para se fazer compras! Encontrei blusas por 4 euros, calças jeans por 9 euros, milhares de meias por 3 euros. (Mãe, não comprei nada, fique tranquila). Quer dizer, na verdade comprei um livro. Fui numa livraria e eles estavam com uma promoção de compre um e leve outro gratuitamente. Resolvi a começar minha leitura em língua inglesa com dois autores clássicos irlandeses: Oscar Wilde e Marina Keyes(!)..rs...Andei loucamente pela cidade, vi várias coisas inusitadas como um barco um barco viking que eles utilizam para fazer tours e várias pessoas caracterizadas a la Asterix e Obelix. Sempre turistas. Também conheci o Spire, que é nada mais e nada menos que uma agulha gigante de 120m no meio de uma das principais ruas daqui. Ele foi construído em 2002 no lugar em que havia uma estátua construída pelos britânicos em 1808. Essa estátua foi destruída em 1966 pelo IRA, e há 6 anos atrás a cidade recebeu essa nova escultura. Dizem que é a maior do mundo. Hoje, serve como ponto de encontro, já que é impossível não vê-la. Fora isso, encontrei muitas coisas brasileiras aqui. Bananas, havaianas sendo vendidas a 30euros, muitos livros do Paulo Coelho e a camiseta da seleção tristemente em promoção, de 55 euros por 30 euros. Mais barato que no Brasil.


City Centre e no fundo a agulha de 120m



Spire


Viking Splash Tour (!)
Sim, eles pagam por isso e eles ainda tem gritinhos de guerra


Eles têm bananas


uma fileira de Paulo Coelho (?)

P.S. 3 - Continua...

All yellow

Bom dia meus noveleiros de plantão!
(embora acredite que todos vocês ainda estejam dormindo)

Depois de um curto período de abstinência daqui, estou de volta. É o tal do custo social que anda me roubando tempo. Ainda não saí do período de prospecção de novos amigos. E já que tal assunto foi mencionado, confesso que fiquei radiante ao saber que tenho mais de cinco (!!) leitores. Acredito que agora já somos em sete! Meu número da sorte (embora nunca tenha ganhado nada usando esse número em apostas e essas coisas).

Como hoje já é sábado de novo, vou atualizá-los dos últimos acontecimentos do final de semana passado (super em tempo real). Tudo começou na sexta-feira (óbvio, como todos os finais de semana no mundo inteiro) quando consegui um feito inédito: levar minha roomie-japa-girl dar umas voltas por aí. Esse "por aí" traduzam como "Temple Bar". Acho que a vila de pubs é magnética, todo mundo vai para lá. Ou talvez seja a única opção. Confesso que ainda não averiguei de fato. Digo que foi um feito, pois vocês já sabem dos hábitos japoneses e até a Susan veio me pedir para tirá-la um pouco de casa (ok, não vamos entender esse tirá-la de casa como um ato rude do tipo "caiam fora") e tenho que dizer que foi bem bacaninha. Aliás, sexta-feira foi um dia atípico, pois além disso, foi a primeira vez que não comi batatas. O jantar foi arroz(!!!!!), ervilha e frango (senti como se estivesse em casa). Aqui faço uma observação. Sexta-feira é o dia oficial das bye-bye parties (não sei o nome real, eu as chamo assim) que é quando algum(s) dos colegas de classe vai embora. Daí acontecem encontros ou festinhas para dizer tchau, pois toda semana tem gente nova chegando e indo embora. Ainda mais no verão (?) onde a galera da Europa tem 2 meses de férias e eles passam algum tempo aqui estudando. Enfim, retomando...tinha uma dessas festinhas para ir na sexta-feira e havia combinado com a Borat (que está na mesma classe que eu) de irmos dizer tchau para o Giácomo (um tiozinho italiano engraçadíssimo). Foi nesse contexto que convidei a japa-girl para se juntar a nós. Até aí tudo muito bonito, mas mais uma vez cheguei um pouco depois e a korean-girl já não estava mais lá. Mais uma vez fiquei preocupada, e mais uma vez fui magnéticamente atraída para o Temple Bar, junto com a japa. Tenho que reconhecer, ela é engraçada! Ainda que de um jeito asiático... Andamos pelas ruas onde os carros são sabiamente proibidos, paramos para escutar algumas pessoas tocando nas ruas e digo mais, fizemos um novo amigo bonitinho e não asiático (também acho díficil encontrar essa característica em alguém que tenha essa origem). Acho que a japa ficou toda animada e caidinha por ele. Disse isso a ela, e como sempre, sua reação foi rir com a mão na frente da boca toda encabulada. Ou seja, ficou caidinha. E agora a japa-girl tem um paquerinha aqui! hahaha...Isso me abalou internamente, já que estava há uma semana construindo uma imagem nipônica pura e zen. Primeiro o quase namorado e agora um novo affair?! Bom, depois de tal inesperado-e-produtivo encontro fomos a alguns pubs em busca de irish music (esse tipo de música é mais comum durante a semana nos pubs, principalmente às quintas-feiras). Primeiro entramos em um que a música não era irish, mas era boa. Tocou Coldplay e a japa-girl foi a loucura e na volta para casa encontramos um com irish music e passamos um tempo lá. Houve um momento muito bonito em que fiquei realmente feliz. A japita, minha roomie, disse que aquele tinha sido o dia mais feliz dela aqui em Dublin. Ela havia se divertido muito e até me pediu desculpas por não conhecer pubs aqui para me levar, afinal ela já está há 2 meses aqui. Fiquei realmente sensiblizada e agora a chamo de crazy-japanese-fish-girl. Ela é boa gente.



Temple Bar (sim, isso era a noite)



Rio Lifey a noite - ao lado do Temple Bar
(ok, podemos dizer que a foto está meio impressionista. Estava frio e eu estava tremendo, por isso ficou assim. É só para vocês terem uma idéia, pois realmente é muito bonito.Uma das paisagens que eu mais gosto aqui. E também tenho 6 meses para tentar algo melhor)


Aliás, sexta-feira é um dia muito louco aqui. Sei lá o que acontece. As mulheres européias ficam endoidecidas e saem todas pateticamente vestidas com camisetas pink iguais do tipo "aniversário de 30 anos da Vick" na frente, e nas costas há seus nomes customizados e uma palavra chave que as descrevem como "Wild Ann", "Crazy Abbey" e por aí vai. Também usam chifrinhos e chapéus de plumas rosas. Usam vestidos e sandálias de salto num verão de 15 graus e em ruas de paralelepípedos. São um tanto quanto eufóricas eu diria. Acho que é algo patológico. Espero não chegar assim aos meus 30 anos, e muito asustada com isso, inclui essa cláusula nas minhas preces diárias. Normalmente esse povo é tudo turista. Alguns homens não são dos mais normaizinhos também. Sabe-se lá pq, mas eles saem fantasiados nas ruas. Deve ser algum trauma ou deficiência ocorrido durante a infância.



Essa daí não estava fantasiada, mas dá para se ter idéia da elegância. E quem leva a fama somos nós brasileiras, e nós ainda temos motivo: calor! Esse dia deveria estar uns 15 graus. E pelo amor essa roupinha! Nem aos 40 graus!


Liga da Justiça e amigos

P.S. Estava colocando as fotos aqui e descobri que o máximo por post é de cinco fotos. Como tenho mais do que isso e o tamanho desse texto ficou assustador, irei dividí-lo em três partes, ok? Então recomendo lerem tudo de uma vez, fará mais sentido.

P.S.2 - Continua...(óbvio)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Flynn

Olá meus potes de ouro,

Hoje estou postando em tempo real e preciso dizer a vocês duas coisas: não jantei batatas e estou queimada de sol! E digo mais, agora descascando (não as batatas, mas minhas bochechas). Hoje faz exatamente uma semana que estou aqui, e fazendo um balanço posso concluir que dos 7 dias em 5 comi batatas (suflê de batata, omelete de batata(!), purê, muito purê e mais purê assado com salmão). Ou seja, quando voltar se preparem. Larguei o strogonoff! Agora só batatas e suas diferentes aplicabilidades.


Há! Na cozinha.
(antes)


Indelicado tirar a foto do prato durante o jantar
(descanso das batatas na noite anterior)

P.S.- Acho que descobri porque os asiáticos tem essa obssessão pela minha pessoa. Sou excessivamente branca! Para eles, isso é o que há! Fazem de tudo para serem os mais brancos possíveis. Ou seja, lá Michael Jackson e eu somos reis! Agora bronzeada, não sei o que se sucederá. Outra descoberta importante, acho que os cavalos são mais valorizados do que as ovelhas porque eles fazem dinheiro rápido. O Theo apostou 4 euros sábado e ganhou 15. Bebeu todo o prêmio.
beijos morenos,
Ellen
Em breve escreverei sobre meu final de semana e como peguei uma corzinha!=)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Cheers!

Como já adiantado no post anterior, quinta-feira passada fui pela primeira vez ao Temple Bar. Para quem não sabe, é uma região aqui (óbvio) onde a concentração de pubs é ainda maior. Fica ao lado do Rio Lifey (rio que divide a cidade ao meio), as ruas são de paralelepípedos (e?) e os carros são sabiamente proibidos lá. Ainda não sei se é por causa do verão (?), mas o negócio vive lotado. Como não cheguei a tempo para encontrar a Borat, fui sozinha. Foi divertidíssimo. Aqui as pessoas são ótimas, então fiz novos amigos e pasmem: europeus! Tá, ok, entre eles um inusitado jordano também. As ruas vivem cheias de gente tocando algum instrumento, e geralmente são todos muito bons. Ou seja, ganha então quem tiver o melhor amplicador (estou aprendendo Zé).
Como era minha primeira vez ali, tinha anseios turísticos. Escolhi então ir beber uma pint de Guiness e escutar irish music num visualmente conhecidinho pub vermelho de esquina. Eu o chamo de red one. Ele está em todos os cartões postais. Na verdade ele segue a linha da criatividade irlandesa e se chama "Temple Bar". Aliás, até eu me perder e ter que pedir informações de como chegar ao Temple Bar, pensava que ele (o pub) era realmente o único e exclusivo Temple Bar. Senti estranheza ao escutar: Ah, v. vai por ali e blá-blá-blá e quando chegar ao pub azul, ali começa o Temple Bar. Como assim?! Será que eles gostam tanto assim da coisa que há um pub feito de outros pubs? Quase isso! É uma vila de pubs. Ou seja, o Temple Bar pub abarganhou o nome. E sim, ele é só mais um no meio da multidão, mas é o red one.


Red One lá pelas 22h (!)

Como em toda a cidade e em todo o resto do mundo, havia milhares de pessoas lá dentro. Logo que v. entra já é possível sentir o cheiro da cerveja. Talvez porque todos estão de boca aberta cantando. Bafo concentrado. Como nos filmes, eles adoram cantar e tenho que confessar que eles são jóias! É tudo muito animado. Cantam, pedem música, dançam (quando há espaço) e batem palmas. Talvez eu aprenda a bater palmas no ritmo, e digo mais, talvez volte craque! =)
Fui ao balcão (só assim que se pede cerveja aqui, nada de champion, little wild, fella e etc. Tudo isso é inútil para chamar garçons. Até mesmo pq acho que eles jamais te ouviriam chamar) e pedi minha primeira pint. Aguardado alguns minutos e tendo visto algumas pints de outras cervejas serem entregues, achei que ele tivesse se esquecido. Num ato de pureza e inexperiência começava a inclinar meu corpo sobre o balcão quando o simpático irlandês murmurou algo como "aqui está" (só palavras chaves nas frases ditas pelos irlandeses). Sim, há todo um demorado processo para tirar a Guiness. Ela é densa e v. precisa esperar ela se acomodar no copo. Quase poético. Ou talvez seja apenas pelo drama e assim manter a fama, não sei. Irei descobrir o quão necessário é. Outra coisa que notei é que é comum servirem ostras nos pubs. Ainda não sei se é tão comum comerem aqui ou se ainda é só em pubs e pela tradição, mas sei que eles comiam muitos frutos do mar aqui bebendo Guiness (lembrem-se que estamos em uma ilha!). Eu ainda não gosto de ostras. Talvez ainda prefira batatas.


Auto-explicativa
(ok, não foi das melhores fotos)


Por dentro de um irish pub


Se quiser aumentar, é só clicar na foto =)

beijos densos,

Ellen

sábado, 12 de julho de 2008

Where the streets have no name

Hoje passei o dia perdida. Logo após a aula fui resolver uma das partes burocráticas da minha estadia aqui: abrir uma conta em um determinado banco. Já vi o tal do banco em diversos lugares aqui em Dublin, mas não, tinha que ser na agência indicada pela escola e então lá fui eu sabe-se lá para onde. Tinha as cordenadas traçadas em meu mapa por uma caneta grife pela Ann, a tiazinha pau-para-toda-obra da escola, e o sábio conselho de perguntar a alguém sobre o Dublin College (universidade em frente ao banco) caso eu me perdesse. Analisei o caminho todo, calculei uns 20 minutos e parti. Duas horas depois e eu ainda caminhava pelas ruas. Ok, sei que tinha um mapa em mãos, mas as ruas aqui não são sabiamente nomeadas. Quando v. pensa que está caminhando em determinado lugar, esse lugar já mudou de nome e v. não viu isso em nenhum lugar e pq? Pq não há placas! Ou melhor, há! Só que elas aparecem muito tempo depois. E claro, poderia ter perguntado a alguém ao invés de ficar ridiculamente andando, mas simplesmente não há esse alguém! Acho que o bairro é tão residencial, mas tão residencial que as pessoas só ficam nas residências. Quando já inciava minhas preces indicadas pelo Theo, eis que surgiram dois pequenos seres alvos e ruivos tomando sorvete (?). Tinham no máximo 12 anos. Eram meu oásis. Confesso que me senti rídicula. Um deles foi me mostrar onde eu estava no mapa e para onde deveria ir, e eu já não estava mais no mapa. Havia andado tão mais para o lado que eu não tinha esse pedaço. Depois de algumas explicações e lá fui eu de novo. Uns 5 minutos depois e quem eu vejo? Os mesmos dois garotos, ou seja, errado de novo. Aliás, aqui v. pode andar em círculos por horas sem perceber, as casas são todas iguais. Acho que sensibilizados, eles resolveram me acompanhar até metade do caminho. Quando eu só tinha que andar em frente talvez por uns 10-15 min, começou a chover em grande quantidade, porque aqui nunca chove forte. A precisa rota que a Ann fez para mim com caneta grife foi por água abaixo (excelente trocadilho e super-aplicável no momento), ainda bem que os garotos já tinham me colocado no meu caminho. Foi a pior chuva que vi desde que cheguei. E o guarda-chuva não funciona para todos os tipos de chuva que aqui existem. Ou seja, uma faixa do meu corpo ficou realmente ensopada. Minutos depois, iniciou-se um vento forte. Fiquei seca. Finalmente cheguei no banco, abri minha conta e quando sai estava sol! Vai entender. Ok, retomemos a história, mas antes uma pequena obsevação. Eles não têm portas giratórias nos bancos (uhu)! V. aperta um botão e fica como se fosse num pequeno hall esperando o outro sinal de "ir em frente". Durante esse tempo sabe-se lá o que acontece, mas eles ficam sabendo se v. pode ou não entrar, e se puder é só ir em frente. Enfim, retomando...

Depois de ser atendida e fugir de alguns brasileiros no banco, peguei meu super-útil-mapa, tracei a rota com o dobro de atenção e prometi a mim mesma não me perder. Minhas pernas agradeciam por isso. Estava tudo indo muito bem quando eis que surge uma bifurcação e adivinhem? Sem nomes nas ruas que se seguiam! Obviamente peguei a direção errada. A parte boa é que toda vez que v. olha para um mapa aqui e faz cara de pensamento (?) alguém para perguntar se v. precisa de ajuda. Achei isso tão bonito. Inclusive havia um cara andando de bicicleta que parou e esperou por mim para saber se estava tudo ok. Por causa dele, achei o caminho de volta de casa. =)


Criatividade irlandesa. Talvez por isso eles só comam batatas.


Fiquei conversando com a Susan e com o Peter por um tempo e depois, como se não houvesse andando ainda o suficiente, fui ao supermercado. Comprei cookies (deliciosamente bons e baratos) e irish apples (eu não sei o que isso exatamente siginifica, mas eram as mais baratas). Aliás, falando nisso, hoje não encontrei o Mango na escola. Estranho, porque normalmente ele vai atrás de mim. É engraçado. Acho que eles devem andar em bandos na Córeia. Aliás, fiz uma coisa terrível hoje. Resolvi levar os asiáticos para a tal da brazilian party e no fim, apenas a Borat manteve o plano inicial. Combinei com ela de se encontrar numa das estações do Luas e eu perdi a noção do tempo. Na verdade aroveitei que a Hiromi estava comunicativa (???) e fiquei conversando com ela. Cheguei um pouco depois e não encontrei Borat. Fiquei realmente preocupada, ainda mais se eles realmente andarem em bandos. Resolvi então ir a um pub. Obviamente chegar até a um deles não parece díficil se v. estiver na Irlanda, mas se eu estiver indicando 0 caminho provavelmente isso aconteça. Não sei porque isso acontece. Eu que já me arrastava pelas ruas, andei mais. No final das minhas forças, achei o Temple Bar e decidi que a partir de agora se eu quiser ir para um direção, certamente irei para o lado oposto.

P.S. - Postado com alguns dias de atraso (fato ocorrido quinta-passada, 10/7). Ok, sei que devo postar logo quando acabo de escrever, mas as vezes falta um pedacinho. Já já escrevo sobre o Temple Bar.
beijos mapeados,
Ellen

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ilustrando os fatos

Meu favoritos,

Como vocês puderam notar agora temos fotos por aqui. Acabei encontrando um mouse baratinho (sem converter) e desisti de arrumar o meu. Aliás, depois de tanto tempo acabei desenvolvendo certa habilidade e já não tenho mais a mesma dificuldade de antes, então poderia postar da mesma maneira. Para não ter que ter que abrir um novo post em ordem cronológica, encaixei algumas fotos em seus respectivos lugares de origem, ok?

Thx!

Trevos...

Já que tal assunto me rendeu alguns puxões de orelha e me fez sentir um pouco estúpida, deixe-me explicar o que se passa em minha mente. Ok, confesso que por um minuto esqueci que os trevos de quatro folhas são raros. Isso pq eu tenho uma plantação (tá, uma vasinho) com muitos deles (talvez num momento de desespero e pouca fé) e tornou-se comum vê-los todos os dias. Fora isso, achei que especificamente aqui na Irlanda eles usassem trevos com esse número de folhas ainda que somente em pinturas e souvenirs. Daí vcs entender a tal frustração? Que pelo jeito foi só minha... =)


Ah, e fiquei tão feliz com a participação de vocês. Mais um pouco e já poderão ser considerados pró-ativos! De verdade, gosto disso. Sinto como se estivéssemos conversando. E desculpem pelo repentino sumiço. Preciso de novas pessoas o que gera, além de um alto duplo custo social (afinal, a tradução é simultânea), custo de tempo. E como vocês tb sabem escrevo o tanto quanto falo, o que gera mais custo. Tentarei ao menos duas vezes na semana atualizar isso daqui. I promisse you guys.

beijos emocionados

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Yeah, they sing.

It´s raining!

Acabo de jantar mais batatas. Se não tomar cuidado, corro o risco de me tornar a própria. Ah, uma coisa que percebi aqui é que eles tomam água durante as refeições. Ela é servida gelada, na jarra e geralmente vem da torneira. Mesmo na escola, não há bebedouros e sim jarras. Aliás, é muito tudo bem beber água da torneira aqui, um custo a menos.
Hoje conheci a chuva irlandesa. Insisto, eles não sabem o que é verão. Como chove e venta nessa cidade, mas posso conviver bem com isso. Agora a noite, o tempo está melhorzinho e segundo o otimismo do Theo, amanhã será um lindo dia (?).Aliás, hoje é o aniversário dele e como sempre recebemos mais conselhos sábios após o jantar (único momento do dia em que nos encontramos). Primeiro o "enjoy yourself" e depois ele veio perguntar pq eu e a japa roomie estamos aqui aprendendo inglês, já que no Japão se fala japonês e no Brasil, francês! hahaha..Ok, ele perguntou antes de afirmar isso com certa veemência. Daremos uma chance a ele!
Até que é engraçado ser brasileira, acho que o povo fica feliz a saber disso, principalmente os coreanos. Só não quero saber exatamente porque eles tem essa reação. Hoje quando entrei na sala de aula as meninas coreanas ficaram doidinhas e começaram a me perguntar um monte de coisa do Brasil. Queriam saber principalmente sobre o carnaval e pediram para que eu sambasse!Ahã! Claro que ia fazer isso! Asiático é um povo muito louco. É a mesma coisa que eu pedir para eles cantarem a karaoke music. Vai entender...Elas ouviram falar que aqui tem umas festas brasileiras e pediram para que eu as levasse e as ensinassem a sambar. Mereço?! hahahaha....Me sinto um ponto turístico.
Depois da aula fui resolver a parte burocrática do visto. Estava na fila aguardando uma carta para abrir conta no banco aqui e encontro uma das coreanas, a Bo Rah ou algo assim (eu a chamo de Borat como o cara lá do filme). Ela é bem legal e bem menos estranha do que o Mango. Conclusão, lá fui eu passear com os dois em Dundrum - um bairro bem legalzinho aqui e onde fica um famoso shopping na Europa. Sinceramente não sei pq é famoso, dizem que é pelo tamanho, mas até aí eles não conhecem o Pq Dom Pedro, o famoso pombal de Campinas. =)
Como estava chovendo bastante resolvi vir para casa um pouco mais cedo hj. Por causa disso conheci um irish baby, neto da Susan e descobri que ela costura! Sim, ela tem um quartinho de costura bem legal aqui, com muitas coisas bem bacaninhas. Super me achei! Ela faz somente capas de almofadas e vende para várias lojas aqui da cidade. São bem bonitas.
Já que o tempo está um pouco melhor agora a noite e ainda está claro, vou lá para centro.

P.S. Descobri o nome da japa girl, Hiromi. Até que é simples perto dos nomes coreanos. Ela é fã do Coldplay e estamos pensando em ir juntas no show que acontecerá em Belfast nos próximos meses(pasmem!). Ela conhece um pouco do cinema brasileiro e até me pediu uma indicação de um filme para ver. Pelo que me contou, ela quase nunca sai de casa, acorda as 6h da manhã e vive de chá verde! Uma típica japonesa. Toda vez que ela ri põe a mão na boca, talvez por vegonha, e hoje me disse que eu sou engraçada. Achei simpático, mas as vezes acho que a assusto um pouco. Ok, questão cultural. Acho que vou apresentá-la aos meus amigos coreanos e quem sabe até ensiná-la a sambar.

People

Aqui escurece tarde e amanhece cedo. Fico absurdamente perdida no tempo. Fui para escola hoje com a minha roomie que eu não consigo entender e nem pronunciar o nome dela. Estava absurdamente frio, acredito que eles não saibam ao certo o que é um verão. É preciso pegar o Luas, o metrô a céu aberto, e andar pouca coisa até a escola. Até aí tudo bem, mas jamais imaginei que eles sofrem do mesmo problema que nós brasileiros, metrô lotado. Eu na minha ingenuidade e sutiliza européia perdi 2 Luas até conseguir entrar dentro de um. Aliás, numa hora dessas confesso que blasfemei contra a minha correta amiga japonesa. Ela toda malandrona entrou no primeiro trem e me deixou, mas antes disse alguma coisa que eu não entendi. Ah, vale aqui uma observação, pior do que um irlandês falando é um asiático falando inglês. Difícil! Como ela havia combinado de ir comigo até a escola, confesso que relaxei e nem fui atrás para saber onde era. Quando eu já estava dentro do Luas esperando algum tipo de sinal para saber onde deveria descer, eis que vejo a japa girl na estação seguinte. Sim, ela não havia descido assim tão próximo para me esperar, a escola fica apenas uma estação de casa. Acredito que a escola fique numa área residencial nobre aqui de Dublin. As casas são enormes e lindas. Percebi que rola uma fixação por tijolinhos aqui, mas eles acabam tendo seu charme. Logo de cara conheci o Ming Wo (leia-se Mingu, mas ele também atende por Mango, como a fruta. Nem quero saber o por que), outro asiático, mas dessa vez coreano. Aliás, há milhares deles aqui. Na minha sala há uns 4 ao menos, todos de nomes impronunciáveis. Há também uma outra japonesa, dois italianos, dois tchecos e um russo. Outra observação, russos também tem problemas ao falar inglês, eles tornam a língua incompreensível por não abrirem a boca para falar (abri meu coração para a Susan sobre isso e descobri que ela tem a mesma opinão).
O Ming Wo se tornou meu mais novo amigo. Ele é meio esquisitinho e perdido, mas gente boa. Achava que ele era gay até me dizer que a namorada dele foi para o exército (?) sem dar explicações. Deduzo que agora deve ser ex-namorada, não perguntei. Ele foi comigo até o centro da cidade e ficou um tempo por lá, depois foi embora para jantar (sim, aqui temos horário para o jantar e geralmente é a única refeição que fazemos, afinal a comida é cara e o monte de batata do jantar é suficiente para 24h de sustento). A cidade é toda bonitinha e também lotada de turistas. Andei loucamente por diversos lugares que obviamente pretendo voltar para conhecer melhor depois. O jantar foi mais batatas, legumes e carne de porco. A Susan cozinha bem, agora não sei se há como ser muito criativa aqui com esse tipo de coisa.
Ah, ponto alto do dia: conversa entre eu, a japa roomie (na medida do possível) e o bêbado do Théo na cozinha.
O Théo é um irish man absurdamente engraçado. Descobri o que ele faz todo dia: bebe cerveja, fuma cigarro e aposta em cavalos. Ele era do exército irlandês e segundo ele, foi escalado uma vez para fazer as honras para a Rainha da Inglaterra. Ele contou isso todo emocionado e com lágrimas nos olhos. Pasmem, ele deve ser o único irlandês que não gosta de Guiness! Tomou uma única vez e achou terrível...Disse para eu não perder tempo e ir beber outra coisa..ahahaha...Também contou que morou uns 6 anos em Londres e que nunca ouviu pior sotaque do que o inglês, disse que eles são incompreensíveis! Ri por horas quando ele disse isso. O lema dele é "go out and enjoy yourself!" e depois diz que temos que rezar para agradecer por mais um dia. Acho que a japa girl ficou horrorizada ou não. Ela me contou que tinha um casinho com um japa boy lá no Japão. Começo a achar que ela é mais espertinha do que eu pensava, para mim japoneses não faziam esse tipo de coisa. Ah, e ela ficou em estado de choque por uns 5 min quando eu disse que colocamos açúcar no chá e repetiu por umas 25x seguidas " Oh my God!". Quase tive que acudí-la.

Ah, hoje o dia estava quente e ensolarado, na medida do possível. É engraçado porque todos os irlandeses ficam orgulhosos por terem dias assim. Amadores. =)

beijos verdes,
Ellen

P.S. - Também postando com atraso. E descobri que os cavalos são mais valorizados sentimentalmente aqui do que as ovelhas, em breve descobrirei a causa disso.

Bugger off

Depois de tantas despedidas, tchaus, pés na bunda, seja lá qual seja o nome dado, quase que eu não chego! =)
Sim, perdi meu voô no sábado por causa de um adorável overbooking. Só consegui outro no domingo e conclusão, cheguei agora há pouco em Dublin. Era umas 20h quando vim para minha mais nova casa...
Bom, com toda essa bagunça teria que esperar algumas horas a mais, 10h no total, para fazer a conexão em Madrid. Conclusão: tempo de sobra para passear. Depois de uma imigração muito tranquila com direito a brincadeirinhas e tudo mais, passei pelo gigante aeroporto a la Gaudi e fui ao metrô. Passei o dia vagando pelo centro.


Aeroporto Barajas
(Eles indicam o tempo para chegar até o seu outro terminal. O meu foram 27 min.)


(dá para se distrair)


Como há turistas nessa época do ano! Impossível tirar alguma foto sem algumas centenas deles na frente. A parte boa é que os grupos são tão grandes que v. pode ficar bem próximo e escutar as explicações dos guias, e gratuitamente.

Os melhores.

Alguns espanhóis fazem jus ao seu conhecido charme, mas no geral são meio rudes. Já as mulheres, a maioria são "palhaçadamente" maquiadas. E até agora, tudo ok com os dentes.
Já na Espanha acharam que eu era inglesa, e até mesmo irlandesa quando disse que ia para Dublin. Feita as honras da casa, peguei meu outro voô. Já na fila do embarque tinha um irlandês cheirando a cerveja, ri internamente. Ah, nesses voôs de curta distância é necessário pagar pela comida, agora quem em sã consciência paga por uma comida de avião?! Enfim...Assim que o avião aterrisou, a primeira coisa que vi foi um trevo pintado na cauda de outro avião estacionado! hahaha....Sim, eles tem um sotaque único, mas são simpatíssimos e beeem educados. Há trânsito em Dublin, mas nada comparado ao nosso ritmo daí. Pedi ao taxista para vir sentada na frente e é estranhíssimo, parece que toda vez ele entra na contramão. As casas são todas iguais e as portas coloridas. A cidade é absurdamente plana e verde. Cada bairro tem pelo menos uns 3 pubs. Os irlandeses são bem bonitos e as mulheres tem senso do ridículo e usam maquiagem moderadamente. Minha homestay fica num lugar muito tranquilo e em frente a um campo de golfe.


(sempre na asa)


A Susan é uma glutona simpática e divertida. O Théo é figura. Vi pela casa uns chapéus e umas varas de pescar. Chegou enquanto eu jantava e cheirava a cerveja também. Aliás, meu jantar foi irish, batatas (!), carne apimentada (!) e cenouras cozidas (!). Meu quarto é rosa (?), tenho wi-fi, secador, adaptador de tomadas, tudo que eu trouxe! Tenho colchão aquecido, banqueta na janela e roupas lavadas uma vez por semana. Na casa mora mais uma japonesa que está na mesma escola que eu. Estranha, como todos os japas, mas simpática. Na próxima semana chegará um belga que ficará por 15 dias aqui, e depois um espanhol. Espero que não seja rude. Enfim, anoiteceu agora a pouco, 22h. Estou exausta e dolorida. Amanhã vou para aula.

Beijinhos leprenchaurianos,
Ellen

P.S.- escrevi isso quando cheguei, mas só postei hoje. Ah, e logo que aterrisei em solo irlandês descobri que o trevo é de 3 folhas e não 4! Meninas, não se sintam frustradas por causa disso.

Hey ho

Um pouco antes de vir para cá estava pensando na possibilidade em criar um blog. Ok, sei que não sou das mais dedicadas a esse tipo de coisa, mas depois de quase três dias aqui acredito que essa será a melhor forma de comunicação. E jamais aguentaria tanto tempo sem contar o que anda acontecendo, e também nem tenho muitos euros para gastar em ligações. =)

That´s all folks!