quarta-feira, 26 de novembro de 2008

I can fly

Semana passada fui ao meu primeiro museu desde que cheguei. Não sei se isso é bom ou ruim, mas até então não tinha sentido falta. Até tentei ir uma vez ou outra, mas sempre algo me impedia. No entanto, quinta-feira passada surgiu a oportunidade: atividade extra-classe da escola com a economia de 8 euros da entrada. Ou seja, por que não?! Nunca fui nessas coisas de integração. Aliás, esse tipo de psicologia do vamos-dar-as-mãos me causa calafrios. Só que essa idéia do desbravar coisas novas prevaleceu e lá fui eu. O destino escolhido foi o Dublin Writers Museum, e como o nome sugere, é sobre os escritores irlandeses. Só sei que se antes eu tinha calafrios, agora entro em colapso só em ouvir falar nessas atividades grupais-enriquecedoras. Estávamos em umas 15 pessoas, sendo a maioria (leia-se 12 deles) novos alunos basicamente vindos da Itália. Entre nós havia também uma mulher alteradíssima chamada de guia. O tempo de até chegarmos no museu foi um dos mais eternos da minha vida. Ela louca, alterada, de voz fina, gritava aos quatro cantos que não tinha voz para falar (?!). Assim que descemos do ônibus (convencional, ok?), nossa guia desesperadamente nos avisou para protegermos nossas bolsas e pertences, pois estavamos agora do lado norte da cidade (vulgo, o lado violento de Dublin). Pelo amor! A gente só estava um quarteirão acima do rio Liffey (não sei se já mencionei isso antes, mas ele divide a cidade em lado sul e norte). E eu digo e repito, é impossível Dublin ser selvagem assim. De qualquer maneira, todos os italianos agarraram violentamente suas coisas e andaram aterrorizados pelas ruas. É o preço por ser novo. A tortura durou pouco, pois assim que chegamos todos se dispersaram, cada um com seu audio guide, e a guia foi embora (???). O museu em si foi um pouco decepcionante. Não era de um todo ruim, mas nada de especial. Culpa da tal expectativa. Afinal, estamos na terra de grandes escritores. Ainda bem que não paguei a entrada, não vale os 8 euros. O prédio em si vale muito a pena. É uma mansão do século 18. Bem bonito. Não sei se está no seu estado original, mas ainda assim merece ser visto. Fora as coisas normais que se tem em um museu, o ponto alto da visita foi as primeiras edições de Dracula e das Viagens de Gulliver. Aqui faço uma observação bem tosca. Confesso que comecei a escrever esse post no dia em que lá estive, mas como vocês puderam perceber não consegui terminar a tempo. Até tentei rescrevê-lo agora, mas perdi o fio da meada. Sei que deveria me sentir envergonhada ao fazer tal comentário ridículo e talvez até desistir de vez em postar isso aqui, mas não, resolvi mantê-lo. Dessa forma vocês podem ver a primeira edição de Dracula ao menos. Quão emocionante é isso, hã?!


(Apenas 3 dias após, acabei indo ao meu segundo museu aqui. Na verdade foi uma galeria, a National Gallery of Ireland. Também gratuita. Foram pinturas e esculturas. Nada de muito especial, pois não é o que eles sabem fazer de melhor. No entanto, como em todos os outros lugares há sempre os artistas-chamarizes, Caravaggio, Picasso, Monet e amigos. Ok, não vou tirar o brilho dos irlandeses. Foi interessante ver a vida irlandesa sob um ponto de vista irlandês e em diferentes épocas. O prédio também não passa despercebido. Uma mistura de antigo e moderno. Interessantíssimo eu diria.)

Já que nada aqui faz mais sentido e o espiríto do post anterior foi resgatado, vou fazer a inclusão de um item de grande importância esquecido. O Titanic. Sim, o tal barquinho foi construído na Irlanda. Ok, na Irlanda do Norte que faz parte do Reino Unido, mas ainda assim é parte da mesma ilha, do mesmo povo, bebem da mesma cerveja e blá-blá-blá. Pouco importa. A questão é que o barquinho saiu de Bellfast, foi pra Liverpool, voltou pra Irlanda (na cidade de Cork, no sul do país), fez sua última parada lá e partiu para nunca mais voltar. E digo mais, o Jack era um irlandês (!!!). Nunca havia visto isso antes com esses olhos.


Belfast Habour
(o buraco onde o Titanic foi construído)


só como curiosidade, no tal buraco cabem 26 ônibus londrinos

beijinhos desnorteados,
Ellen

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